Dólar passa a subir ante real em dia de agenda fraca, em linha com exterior
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar passou a subir em relação ao real nesta terça-feira, acompanhando os movimentos da moeda norte-americana no exterior em mais um dia marcado por poucos negócios e noticiário escasso, com investidores ainda preocupados com a indefinição política no Brasil.
Às 15:43, o dólar avançava 0,72 por cento, a 3,9049 reais na venda. A divisa dos EUA chegou a cair a 3,8472 na mínima do dia, mas passou a operar perto da estabilidade no fim da manhã.
No exterior, a moeda dos EUA passou a subir com mais força em relação a moedas emergentes como os pesos chileno e mexicano, em meio a persistentes preocupações com o crescimento econômico global.
"A agenda está fraca e estamos vendo algumas entradas (de recursos). Sem grandes notícias, o mercado opera pontualmente, especula bastante e o volume pequeno tende a aumentar a volatilidade", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Incertezas que vão desde a permanência de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda até a possibilidade de eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff vêm deixando investidores nervosos nas últimas semanas, mas o ritmo mais lento do noticiário no início desta semana levou o mercado de câmbio a reduzir a marcha.
"Na verdade, o mercado está cauteloso, esperando novidades. O que deixa todo mundo nervoso é que essa pode ser uma calma que antecede a tempestade", disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato.
Nesta manhã, a oposição informou que adiou para quarta-feira o protocolo na Câmara dos Deputados do novo pedido de impeachment contra Dilma.
Por outro lado, no campo fiscal, três fontes afirmaram à Reuters que o governo vai mudar a meta de superávit primário deste ano para reconhecer um déficit que pode chegar a 50 bilhões de reais e avalia incluir ainda a possibilidade de elevar esse número caso haja novas frustrações de receitas.
No campo externo, dados mistos sobre a economia dos Estados Unidos vêm trazendo dúvidas sobre se os juros norte-americanos subirão neste ano. Se de fato o Federal Reserve, banco central dos EUA, adiar o início do processo de alta de juros, ativos de países emergentes, que pagam juros elevados, seriam beneficiados.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou 6,655 bilhões de dólares, ou cerca de 65 por cento do lote total, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares.
(Por Bruno Federowski)
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