Standard & Poor's defende que BC pare de atuar e deixe dólar ir a R$ 5

Publicado em 15/10/2015 07:43

A intervenção do Banco Central no câmbio é insustentável e adia a estabilização econômica do país, afirma a agência de classificação de risco Standard & Poors.

Em entrevista à Folha, na sede da empresa, em Nova York, o economista­chefe para a América Latina, Joaquin Cottani, afirmou que "a melhor coisa seria intervir menos, deixar a inflação cair, o que inevitavelmente acontecerá, não pelos juros altos ou pela contração do crédito, mas pelo desemprego".

O desemprego cresceu no país e atingiu 8,6% no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) está a 9,5%, mais que o dobro da meta, de 4,5%.

"Achamos que a mensagem [do governo] deveria ser que, uma vez que a inflação tiver baixado, começaremos a fazer o que deveríamos ter feito nos bons tempos, que é baixar a taxa de juros."

Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.

 

Dólar alto é o novo vilão das contas de luz; aumento pode chegar a 9,5%

Na VEJA.com:

A escalada do dólar deve ser o novo vilão da conta de luz dos brasileiros. Além dos efeitos da estiagem, que neste ano representaram aumentos superiores a 50%, agora é a moeda americana que vai pressionar os próximos reajustes tarifários das distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A explicação está na cota que cada empresa tem de energia da hidrelétrica de Itaipu, cotada em dólar.

Cálculos feitos pela comercializadora Comerc mostram que apenas o impacto da moeda americana na fatia de energia da usina binacional pode representar aumentos entre 3,7% e 9,5% na conta de luz. As maiores altas devem ocorrer naquelas distribuidoras que ainda não tiveram reajuste neste ano, como é o caso de Bandeirante, CPFL Piratininga e Light. No reajuste extraordinário, ocorrido em janeiro, quando o governo repassou para a tarifa parte das oscilações do câmbio, o dólar estava na casa de 2,80 reais. Nas últimas semanas oscilou entre 3,70 e 4,22 reais.

Na Bandeirante, que atende 28 municípios de São Paulo, o dólar na energia de Itaipu poderá representar 8,8 pontos porcentuais dentro do reajuste anual, calcula a Comerc, que considerou um câmbio médio de 4 reais. Na carteira de energia da empresa, 19% do total vem de Itaipu. Ou seja, qualquer oscilação no dólar tem impacto relevante nas contas da companhia.

O mesmo ocorre com a CPFL Piratininga, distribuidora que atende 27 municípios do interior e litoral de São Paulo. Pelos dados da Comerc, a parcela do reajuste devido a alta do dólar poderá chegar a 9,5 pontos porcentuais. Segundo a empresa, os valores ainda estão em fase de avaliação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Na Light, o reflexo no aumento anual poderá chegar a 8,4 pontos porcentuais. “Essa é a previsão de aumento fora a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)”, diz o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca, explica que as empresas sentem o impacto do aumento do dólar simultaneamente, mas só podem repassar para o consumidor na data dos reajustes. Segundo ele, se não tiver alteração no cenário energético, o câmbio deve ser o item que mais vai contribuir para o aumento das tarifas em 2016. “Mas não podemos prever em que nível os reajustes ficarão. Há uma série de incertezas que não permite previsões.” Uma delas é a questão da hidrologia. Se não chover o suficiente, o país terá novamente de acionar as térmicas, mais caras.

Outro fator que pode representar pressão sobre a tarifa são os leilões que vão ocorrer nos próximos meses. Se o valor ficar acima do praticado hoje, a diferença será repassada para a tarifa do consumidor.

A lista de incertezas inclui liminares que algumas empresas conseguiram na Justiça. Uma delas requer pagamento de 3,7 bilhões de reais pelas distribuidoras – leia-se consumidor. A Abradee conseguiu decisão judicial favorável às associadas. Mas, se a liminar cair, os valores seriam repassados para as tarifas.

 

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Fonte:
Folha de S.Paulo + VEJA

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