Grau de investimento do Brasil depende de estabilização da economia em 2016, diz Moody's

Publicado em 06/10/2015 13:03

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Por Guillermo Parra-Bernal

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil será capaz de manter sua classificação de grau de investimento se a economia melhorar no próximo ano e o governo construir uma política de consenso em torno de importantes medidas de austeridade, afirmou nesta terça-feira o analista da Moody's Investors Service Mauro Leos.

Segundo ele, o rating "Baa3" do Brasil, menor nível de grau de investimento, poderia ser reduzido para "junk" (grau especulativo) se a instabilidade política crescer mais e dificultar a capacidade de a presidente Dilma Rousseff entregar suas promessas fiscais e de crescimento.

A Moody's rebaixou o Brasil há quase dois meses, com perspectiva estável, o que sugere que o rating não mudará no curto prazo.

A pressão sobre a Moody's e a Fitch Ratings para rebaixarem o Brasil tem crescido após a Standard & Poor's retirar o selo internacional de bom pagador do país no mês passado.

Enquanto Leos diz que a perspectiva estável do Brasil incorpora a expectativa da Moody's de que a maior economia da América Latina vai começar a melhorar no segundo semestre de 2016, os economistas ainda não têm certeza sobre o calendário de recuperação econômica.

A maioria deles espera que a economia vai manter-se em recessão até 2016, segundo pesquisa semanal Focus do Banco Central.

A Moody's irá monitorar a capacidade da presidente Dilma de aprovar a legislação necessária para melhorar as finanças públicas no próximo ano, disse Leos, acrescentando que o aumento de impostos impopulares parece inevitável agora.

"A realidade agora é que tem que haver um componente de receita e que requer consenso político", disse Leos. "A falta de consenso que tem afetado a confiança dos empresários e percepções em geral."

A Moody's não tem data definida para rever a classificação do Brasil por conta da perspectiva estável, disse Leos, acrescentando que ele provavelmente irá esperar até que "as coisas fiquem mais claras" antes de tomar qualquer decisão.

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Fonte:
Reuters

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