Dólar recua 1,42% ante real, com emprego nos EUA e cai na semana
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com baixa mais de 1 por cento sobre o real nesta sexta-feira e interrompeu seis semanas consecutivas de alta, com dados fracos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos alimentando expectativas de que os juros norte-americanos sejam elevados só em 2016.
O dólar recuou 1,42 por cento, a 3,9457 reais na venda. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,75 por cento, após avançar 14,14 por cento nas seis semanas anteriores.
"(O dado sobre o emprego nos EUA) serviu como catalisador da retomada de confiança dos investidores ao redor do globo hoje", disse o operador da Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho.
O setor privado norte-americano, excluindo o setor agrícola, criou 142 mil postos de trabalho no mês passado, enquanto os dados para agosto foram revisados para mostrar ganho de apenas 136 mil vagas. Foi o menor avanço em dois meses em mais de um ano, alimentando temores de que a desaceleração do crescimento econômico global, influenciada pela China, esteja enfraquecendo os EUA.
A perspectiva de que a fraqueza econômica nos EUA possa levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a aumentar os juros somente em 2016 fazia o dólar recuar contra uma cesta de divisas formada por moedas de países desenvolvidos.
Em mercados emergentes, a moeda norte-americana registrou volatilidade, uma vez que os números de emprego sugerem fraqueza na maior economia do mundo. "O problema é a economia (dos EUA). Economia fraca é ruim para mercados emergentes", disse pela manhã o economista da 4Cast Pedro Tuesta. "Onde você vai vender seus produtos? E se não conseguir vender, como vai conseguir crescer?"
O movimento de queda do dólar se firmou na parte da tarde, na medida em que predominou a perspectiva de que a política monetária nos EUA continuará frouxa, o que sustenta a atratividade de ativos desses países.
No Brasil, as incertezas políticas e econômicas, em meio a intensos atritos entre o Palácio do Planalto e o Congresso que vêm dificultando o reequilíbrio das contas públicas, contribuíram para deixar o mercado sensível.
A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta manhã a redução do total de Ministérios em oito pastas, como parte de uma reforma administrativa e ministerial visando a gerar economias e estabilizar o quadro político.
O Banco Central deu continuidade nesta manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou 1,021 bilhão de dólares, ou cerca de 10 por cento do lote total, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares.
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