PMDB da Câmara aceita Ciência e Tecnologia, Dilma acata indicação para pasta e governo fecha reforma

Publicado em 02/10/2015 07:08

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo conseguiu fechar a reforma ministerial que será anunciada pela presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, em um acordo em que a bancada do PMDB na Câmara aceitou o Ministério da Ciência e Tecnologia e a presidente concordou em nomear o deputado Celso Pansera (RJ), a quem tinha resistência, informaram à Reuters fontes ligadas ao partido nesta quinta.

Dilma fez mais uma tentativa, na noite desta quinta-feira, de convencer o ministro da Secretaria de Ação Civil, Eliseu Padilha, a trocar sua pasta pela Ciência e Tecnologia e assim abrir caminho para ceder à bancada peemedebista da Câmara uma pasta da área de infraestrutura, como exigia o líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ). Padilha negou mais uma vez e acabou sendo confirmado na Aviação Civil.

Picciani, que confirmara durante a tarde estar esperando um chamado da presidente, chegou no início da noite ao Planalto acompanhado de Pansera e do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que será o novo ministro da Saúde, para ambos serem oficialmente chamados para o ministério.

Dilma resistia a nomear Pansera para o cargo, apesar do deputado ser o preferido de Picciani.  

Durante a conversa com Padilha, a presidente manifestou insegurança em nomear Pansera, que não teria, segundo ela, “densidade política”, contou uma fonte presente ao encontro.

Apesar de não citar o caso, há resistência no governo também devido ao fato de Pansera ter sido citado pelo doleiro Alberto Yousseff, em delação premiada na operação Lava-Jato, como “pau- mandado” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que o deputado nega.

Durante a conversa, Padilha teria então sugerido que Dilma falasse com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), sobre o futuro ministro. O governador já havia dado declarações de apoio à nomeação de Pansera.

A presidente também informou à Helder Barbalho que ele estava confirmado na Secretaria de Portos, como previsto inicialmente. Na tarde desta quinta o ministro já havia até mesmo se despedido dos funcionários da Secretaria de Pesca, que será reincorporada ao Ministério da Agricultura, contou à Reuters uma fonte do PMDB.

Dilma ainda recebe nesta noite o deputado André Figueiredo (PDT-CE), para convidá-lo oficialmente a assumir o Ministério das Comunicações.

O anúncio da reforma será feito pela própria presidente na manhã de sexta-feira, em uma declaração à imprensa, acompanhada de todos os ministros da nova equipe. Dilma pediu a todos, e ao vice-presidente Michel Temer, para que não viajassem para que pudessem acompanhá-la no 

Planalto anuncia mudança em ministérios na 6ª apesar de impasse com PMDB

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo se prepara para anunciar nesta sexta-feira, com uma declaração à imprensa da presidente Dilma Rousseff, a reforma ministerial, mesmo ainda havendo impasses com o PMDB e o PT e dúvidas sobre onde mais será possível cortar para cumprir a meta de extinguir 10 ministérios, prometida pela presidente. 

O Planalto chegou a estudar tirar o status de ministério da Controladoria-Geral da União, mas concluiu que isso poderia arranhar a imagem do governo, disse à Reuters uma fonte palaciana.

Em meio a um dos maiores casos de corrupção já investigados no país, com a operação Lava Jato, e com o governo batalhando para convencer que é transparente e investiga, retirar o status de ministério da CGU e partilhar suas atribuições por diversos ministérios poderia ser um mau passo, avaliam fontes do governo.

Até a tarde desta quinta-feira o Planalto também não tinha uma definição do PMDB sobre o que o partido faria para preencher os sete ministérios ofertados por Dilma. O partido ainda não conseguiu fechar uma indicação para o sétimo ministério, a Ciência e Tecnologia, por disputas internas.

A bancada da Câmara ainda não aceitou o ministério e reivindica Portos, alegando que havia sido oferecido aos deputados Saúde e uma pasta de infraestrutura. Em princípio, o ministério ficaria com Helder Barbalho, que vai perder a pasta de Pesca, reincorporada à Agricultura.

Dilma tentou oferecer Ciência e Tecnologia a Eliseu Padilha, que hoje está com Aviação Civil, e a Helder, para tentar liberar um dos ministérios da infraestrutura para a Câmara, mas nenhum dos dois ministros se interessou pela troca. 

Perguntada se a reforma estava pronta para ser anunciada, uma fonte ligada à presidente afirmou que sim. “Só falta o PMDB”, afirmou a fonte, que pediu anonimato. E acrescentou: “Falta encontrar um lugar para Padilha.”

Ligado ao vice-presidente Michel Temer, o ministro foi essencial durante o período em que o vice fez a coordenação política do governo e conseguiu acertar a distribuição de cargos de terceiro e segundo escalões, que emperravam a relação do governo com a base aliada. Dilma reconhece o trabalho do ministro e quer contentá-lo e agradar a Temer. No fim do dia, a presidente o chamou em seu gabinete.

Dilma ofereceu Ciência e Tecnologia para o PMDB na quarta-feira, mas pedindo que fossem apresentados outros nomes que tivessem ou ligação com a área ou pelo menos força política, como informou a Reuters. Até agora o partido não teria apresentado alternativas.

A outra ponta a ser definida é quem irá ocupar a chefia do Ministério da Cidadania, que reunirá Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres. Inicialmente, a ideia era que Miguel Rossetto assumisse o cargo, mas os movimentos sociais reclamam que um homem e branco não seria um bom sinal. Alguns nomes chegaram a ser citados, como os das deputadas Moema Gramacho (PT-BA) e Erika Kokay (PT-DF). Não se sabe, também, qual seria o destino de Rossetto.

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Fonte:
Reuters

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