Vale sobe 4% e guia 3ª alta seguida da Bovespa após sessão volátil
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em alta pelo terceiro pregão consecutivo nesta quinta-feira, após sessão volátil, guiado pela alta ao redor de 4 por cento das ações da mineradora Vale.
O Ibovespa subiu 0,56 por cento, a 45.313 pontos. O giro financeiro totalizou 6,2 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, as principais bolsas fecharam sem um rumo comum e com leves variações, após sessão volátil, pressionadas pelo declínio das ações de serviços públicos e telecomunicações, com investidores analisando dados divergentes sobre aquela economia.
O índice S&P 500 fechou com acréscimo de 0,2 por cento, mas o Dow Jones perde 0,08 por cento.
No caso das commodities, o índice Thomson Reuters para o segmento recuava 0,65 por cento no final do dia, após avançar mais de 1 por cento pela manhã.
O cenário político doméstico seguiu sob os holofotes, enquanto o mercado permanece na expectativa do anúncio da reforma ministerial e votação de vetos presidenciais, entre outros eventos.
A situação política instável está entre os principais fatores de pressão para as ações brasileiras, e justifica o tom defensivo em carteiras recomendadas para outubro compiladas pela Reuters.
Estrategistas do Bank of America Merrill Lynch avaliam que o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, não reflete apropriadamente os riscos políticos, que devem seguir pressionando o PIB e os preços dos ativos locais.
DESTAQUES
=VALE fechou com acréscimo de 4,50 por cento nas ações preferenciais de classe A e de 3,86 por cento nas ordinárias, em meio à leve alta nos preços do minério de ferro à vista na China. Dados da Secretaria de Comercio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostraram que as exportações de minério de ferro do Brasil em setembro somaram 35,6 milhões de toneladas, as maiores desde dezembro do ano passado, quando o país embarcou o maior volume da história.
=PETROBRAS abandonou os ganhos da abertura, com os papéis preferenciais recuando mais de 3 por cento e os ordinários caindo praticamente 2 por cento, após fortes ganhos na véspera e na esteira da volatilidade dos preços do petróleo, que terminaram em queda. A estatal anunciou na véspera que firmou nota de crédito à exportação no valor de 4,075 bilhões de reais com BANCO DO BRASIL, que recuou 1,91 por cento.
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO, na contramão, subiram 1,47 e 1,35 por cento, respectivamente, fortalecendo o Ibovespa dada a relevante fatia que detêm no índice. No Relatório de Estabilidade Financeira divulgado nesta quinta-feira, o BC avaliou que o risco de liquidez de curto prazo do sistema financeiro apresentou aumento no último semestre, mas ainda permaneceu em "nível confortável".
=AMBEV subiu 1,44 por cento, após dados mostrando que a produção brasileira de cerveja no terceiro trimestre subiu 4,1 por cento sobre o mesmo período do ano passado.
=MARFRIG desabou 10 por cento, após a Polícia Federal cumprir mandato de busca e apreensão na companhia, em investigação da operação Acrônimo, que investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro e irregularidades na campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. A Marfrig afirmou em comunicado que "não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela citada operação".
=GOL caiu mais de 5 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, conforme permanecem no mercado preocupações relacionadas ao caixa da companhia em razão do cenário de fraqueza econômica e valorização do dólar ante o real.
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