Bovespa fecha em leve alta com salto de Souza Cruz e recuperação de Vale
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO(Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em leve alta nesta quinta-feira, após bater a mínima em 17 meses na véspera, com a disparada das ações da Souza Cruz e ganhos dos papéis da Vale contrabalançando a pressão externa negativa e cautela com o quadro político e econômico do país.
O Ibovespa subiu 0,13 por cento, a 46.649 pontos. O giro financeiro totalizou 5,5 bilhões de reais.
Wall Street encerrou o dia com o índice acionário S&P 500 em baixa de 2,11 por cento, levando o desempenho acumulado no ano para o campo negativo, após o Federal Reserve destacar preocupações com crescimento global. A China teve outro dia de fortes perdas no mercado acionário.
No front doméstico, o noticiário vindo de Brasília continuou dominando as atenções, com destaque para a aprovação no Senado, na véspera, do projeto que reonera a folha de pagamento de vários setores, que gerou efeito misto na bolsa.
"É uma faca de dois gumes, com efeito positivo do lado macroeconômico via impacto fiscal, mas é ruim do ponto de vista microeconômico pois tende a elevar custos de empresas", disse o gestor Joaquim Kokudai, sócio na gestora JPP Capital.
No final do pregão, também esteve no radar a confirmação de que o Ministério Público Federal denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por suspeita de envolvimento em irregularidades investigadas pela operação Lava Jato.
DESTAQUES
=SOUZA CRUZ fechou em alta de 12,86 por cento, após sua controladora British American Tobacco elevar o preço para aquisição das ações na oferta pública de cancelamento de registro de companhia aberta da fabricante de cigarros brasileira.
=VALE fechou com alta de 2,45 por cento nas preferenciais e de 1,96 por cento nas ordinárias, apesar do declínio nos preços do minério de ferro, em movimento alinhado ao de papéis de mineradoras na Europa e após as ações PN da companhia brasileira tocarem mínimas em quase nove anos na véspera.
=AMBEV avançou 1,26 por cento, em dia de recuperação, após cair 3 por cento na véspera em meio às preocupações sobre o risco do fim do benefício fiscal via juros sobre capital próprio, uma vez que seria uma das mais afetadas se confirmada tal possibilidade. Em nota a clientes após reunião com executivos da empresa na véspera, o Goldman Sachs disse que não há como negar que as coisas estão difíceis, mas que a Ambev está focando no que pode controlar e aproveitando a oportunidade que tal período apresenta. "Pode levar algum tempo para volumes se recuperarem, mas quando isso acontecer os benefícios das iniciativas em curso podem ser substanciais", afirmaram os analistas.
=PETROBRAS encerrou com as preferenciais em baixa de 0,68 por cento e as ordinárias em queda de 0,82 por cento, apesar da falta de tendência única nos contratos de petróleo, com o Brent recuando, mas o WTI encerrando o dia em alta. A estatal informou na véspera que não há qualquer tratativa em andamento para pagamento de multa para encerrar investigações criminais nos Estados Unidos. A corretora Brasil Plural disse em nota que tinha visto com otimismo a possibilidade da empresa encerrar o caso mais cedo através de uma multa de 1,6 bilhão de dólares, conforme noticiado pela Reuters, mas avaliou que faz sentido para Petrobras tentar adiar a decisão final o máximo possível.
=EMBRAER recuou 1,91 por cento, em dia de queda do dólar ante o real. O câmbio também afetou o desempenho de FIBRIA, que encerrou em baixa de 3,01 por cento.
=KROTON EDUCACIONAL e ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES recuaram 1,93 e 1,59 por cento, respectivamente. O Bradesco BBI divulgou relatório no final da quarta-feira citando teleconferência com a consultoria Hoper da área de educação, na qual foi retratado um quadro muito negativo de curto prazo para o setor de ensino superior.
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