Premiê grego vai renunciar e convocar eleições antecipadas em setembro
ATENAS (Reuters) - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, vai renunciar nesta quinta-feira para pavimentar o caminho para eleições antecipadas em 20 de setembro, disseram autoridades do governo, sob esperança de conter uma rebelião em seu partido Syriza e selar o apoio ao programa de resgate.
A decisão de Tsipras de retornar às urnas após sete dolorosos meses no poder aprofunda a incerteza política no mesmo dia em que a Grécia começou a receber recursos pelo terceiro programa de resgate por credores internacionais.
Mas uma eleição antecipada pode permitir que Tsipras capitalize sobre sua popularidade com eleitores gregos antes que as partes mais austeras do programa comecem a surtir efeito e podem possibilitar que retorne ao poder em uma posição mais forte, sem o peso dos rebeldes antirresgate da esquerda radical do Syriza.
Os rendimentos dos títulos de dois anos do governo grego saltaram 0,78 ponto percentual, a 12,15 por cento, enquanto a bolsa grega recuou 3,5 por cento.
"A meta é realizar eleições em 20 de setembro", disse uma fonte do governo após Tsipras participar de conversas com seus assessores. O líder deve fazer um pronunciamento televisionado às 14h (horário de Brasília).
Há tempos era esperado que Tsipras perseguisse eleições antecipadas para consolidar sua posição, após ceder às demandas de credores por mais austeridade e reformas econômicas em troca de 86 bilhões de euros (96 bilhões de dólares) em recursos de resgate.
Mas ele foi forçado a agir rapidamente após quase um terço dos parlamentares do Syriza recusarem-se a apoiar o programa no Parlamento na semana passada, roubando-lhe a garantia de maioria parlamentar.
A complexa Constituição grega tem estipulações especiais para a realização de eleições antes de 12 meses do pleito anterior, o que significa que o presidente precisa primeiro consultar outros grandes partidos para verificar se conseguem formar um governo, opção altamente improvável.
É amplamente esperado que Tsipras, muito popular entre seus apoiadores por tentar enfrentar os credores do país, a zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI), retorne ao poder, com a oposição em desarranjo.
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