Índices acionários asiáticos sobem, por esperanças de que China vai desacelerar queda do iuan
Por Lisa Twaronite
TÓQUIO (Reuters) - Os índices acionários asiáticos fecharam em alta nesta quinta-feira, encorajados pela recuperação em Wall Street e após o banco central da China tranquilizar os mercados ao assegurar que não há base para mais depreciação do iuan após desvalorizar a moeda no começo desta semana.
Às 7h35 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão avançava 0,34 por cento.
O banco central da China disse que não há base para mais depreciação do iuan à luz dos fundamentos econômicos fortes do país. A moeda recuava pelo terceiro dia consecutivo após a decisão de Pequim de desvalorizar a moeda na terça-feira.
O Banco do Povo da China fixou o ponto médio do iuan a 6,4010 por dólar antes da abertura do mercado, mais fraca que a taxa anterior, 6,3306 por dólar. A diferença entre o ponto médio e a taxa negociada no mercado à vista diminuiu fortemente enquanto o banco central tenta conter a queda do iuan.
Ainda assim, operadores continuaram demonstrando cautela, incertos sobre até onde o iuan pode cair. Fontes disseram à Reuters que algumas vozes poderosas no governo estão defendendo uma desvalorização ainda maior para ajudar os exportadores chineses, que atravessam dificuldades.
O vice-presidente do banco central da China, Yi Gang, descartou tais conversas como infundadas, mas isso não convenceu agentes do mercado de que as autoridades chinesas não vão permitir que o iuan caia mais com o tempo, levando em conta a fraqueza na economia.
. Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,99 por cento, a 20.595 pontos.
. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,43 por cento, a 24.018 pontos.
. Em XANGAI, o índice SSE ganhou 1,76 por cento, a 3.954 pontos.
. Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,40 por cento, a 1.983 pontos.
. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,34 por cento, a 8.311 pontos.
. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,99 por cento, a 3.091 pontos.
. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,11 por cento, a 5.387 pontos.
BC da China tenta tranquilizar mercados, não vê motivo para iuan cair mais
Por Kevin Yao e Pete Sweeney
PEQUIM/XANGAI (Reuters) - O banco central da China disse nesta quinta-feira que não há motivo para o iuan cair mais por conta dos fortes fundamentos econômicos do país, em um esforço para tranquilizar os nervosos mercados globais após o BC desvalorizar sua moeda no início da semana.
Com o iuan perdendo terreno pelo terceiro dia consecutivo, o Banco do Povo da China disse que o ambiente econômico, superávit comercial sustentado, posição fiscal sólida e grandes reservas internacionais dão fornecem "forte suporte" à taxa de câmbio.
A decisão da China de desvalorizar a moeda na terça-feira por meio de uma redução de 2 por cento da taxa que serve de referência para o mercado provocou temores de uma "guerra cambial" e golpeou os mercados financeiros globais, derrubando outras moedas asiáticas às mínimas em anos.
A manobra também atraiu acusações de políticos dos Estados Unidos de que Pequim estava concedendo uma vantagem desleal a seus exportadores.
O banco central disse então que a manobra era uma depreciação não recorrente, mas fontes envolvidas no processo de tomada de decisões na China disseram à Reuters que vozes poderosas dentro do governo estão pressionando para que o iuan recue ainda mais, sugerindo pressão por uma desvalorização de quase 10 por cento.
O vice-presidente do banco central, Yi Gang, disse que não faz sentido acreditar que o iuan recue tanto.
Nesta quinta-feira, o Banco do Povo da China disse que não há base para depreciação contínua do iuan.
No entanto, mesmo se o banco central for bem-sucedido em impor um piso ao iuan por ora, dados econômicos fracos para julho e expectativas de mais cortes de juros ainda neste ano devem alimentar expectativas de que as autoridades podem permitir que a moeda se enfraqueça mais.
REFORMAS EM RISCO?
A agência Fitch disse nesta quinta-feira que a depreciação do iuan "destaca pressões mais amplas sobre a economia", mas também demonstra que as autoridades permanecem comprometidas com reformas de livre mercado, comprometimento que muitos haviam questionado após as pesadas intervenções de Pequim para limitar o tombo das bolsas de valores em junho.
O vice-presidente Yi disse que a China vai acelerar a abertura do mercado de câmbio e vai atrair mais investidores estrangeiros à medida que liberaliza seus mercados financeiros.
Autoridades disseram que o banco central havia parado de intervir "regularmente" no mercado de câmbio mas reconheceram que a autoridade monetária pode conduzir "administração efetiva" do iuan em casos de extrema volatilidade.
Operadores disseram que o banco central pareceu ter sido pego no contrapé pela intensidade das vendas provocadas pela surpreendente decisão de terça-feira e acreditam que o banco central ordenou que grandes bancos estatais apoiassem a moeda no fim do pregão de quarta-feira, o que influenciou a taxa oficial do dia seguinte.
Parecia também que bancos estatais estivessem comprando iuanes e vendendo dólares nesta quinta-feira.
Embora o iuan tenha aberto em leve queda nesta quinta-feira, a taxa à vista operava apenas 0,1 por cento abaixo da taxa referencial, menor diferencial desde novembro, com o banco central tentando desacelerar as vendas que derrubaram a moeda em cerca de 3,2 por cento desde o fechamento de segunda-feira.
Atualmente é permitido que a cotação à vista seja negociada dentro de uma faixa de 2 por cento acima ou abaixo do ponto médio fixado oficialmente em qualquer dia, e ela tem sido negociada consistentemente mais fraca do que esse ponto em 1 por cento desde março.
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