China proíbe grandes acionistas de venderem ações nos próximos 6 meses

Publicado em 08/07/2015 21:48
Bolsa de Xangai fechou em queda de 5,9% nesta quarta, acumulando perdas de 32% desde meados de junho

PEQUIM/XANGAI (Reuters) - A agência reguladora de valores mobiliários da China tomou a medida drástica de proibir que acionistas com participações superiores a 5 por cento vendam seus papéis nos próximos seis meses, numa tentativa de conter uma queda nos preços das ações que está começando a perturbar os mercados financeiros globais.

A China Securities Regulatory Commission (CSRC) afirmou em seu site na noite desta quarta-feira que irá tratar com severidade qualquer violação da regra.

A proibição também parece se aplicar a investidores estrangeiros que detêm participações em empresas listadas nas bolsas de Xangai ou Shenzhen, embora a maioria de suas participações seja inferior a 5 por cento.

Separadamente, os principais acionistas dos maiores bancos chineses, incluindo ICBC, e empresas, como a Sinopec, prometeram manter suas participações e aumentar suas cotas nas companhias listadas.

Os anúncios ocorrem após o mercado de ações da China mostrar sinais de congelamento nesta quarta-feira, depois que as empresas correram para escapar da turbulência ao suspender suas ações e a CSRC alertou para um "sentimento de pânico" atingindo os investidores.

O índice CSI300 das maiores empresas listadas nas bolsas de Xangai e de Shenzhen fechou em queda de 6,8 por cento nesta quarta-feira, enquanto que o Shanghai Composite Index caiu 5,9 por cento.

As ações chinesas perderam mais de 30 por cento dos seus valores desde meados de junho. Para alguns investidores globais, o medo de que a turbulência no mercado chinês desestabilize a economia real é agora um risco maior do que a crise na Grécia.

De fato, o governo dos Estados Unidos está preocupado que a quebra do mercado acionário poderia atrapalhar a agenda de reforma econômica de Pequim.

"A preocupação, que é real, é sobre o que isso significa em relação ao crescimento de longo prazo na China", disse o secretário do Tesouro norte-americano, Jack Lew, nesta quarta-feira, durante um evento em Washington sobre a estabilidade financeira.

"Como é que as autoridades chinesas reagirão a isso e o que isso significa em termos de condições fundamentais da economia?"

Mais de 500 empresas chinesas listadas anunciaram a suspensão das negociações de suas ações nas bolsas de Xangai e Shenzhen na quarta-feira, elevando o total de suspensões a cerca de 1.300 - 45 por cento do mercado ou cerca de 2,4 trilhões de dólares em ações, com as empresas procurando se afastar da carnificina.

“Boom” chinês, e das commodities, virou cocô no Brasil. E agora?

As dificuldades que o Brasil atravessa não têm nada a ver com a crise mundial, que não existe mais, todo mundo está cansado de saber. Mas é fato que já não se conta mais com uma facilidade que colaborava com as irresponsabilidades do lulo-petismo: a China não cresce mais a 10,4% ao ano, como em 2010.

Neste 2015, a previsão otimista é 7,1%; no ano que vem, 6,3%. Não é segredo para ninguém que não há mais a farra chinesa, que coincidiu com e colaborou para o boom no preço das commodities brasileiras — e de outras economias da América Latina. Alguns países souberam aproveitar e fizeram reformas. Outros resolveram transformar o bom momento em consumo e cocô. Foi o caso do lulo-petismo.

A festa acabou. Os preços das commodities despencaram, e não sobem tão cedo. E a China passou a crescer a níveis, vamos dizer, menos selvagens. O que já não andava bem por aqui piorou bastante. É por isso que o Brasil tem, sim, de se arrepiar quando há um sacolejo na economia chinesa, como o havido nesta quarta.

O mercado acionário daquele país despencou 30% na comparação com junho, que foi o pico. Analistas especulam sobre a possibilidade do estouro de uma bolha, de consequências imprevisíveis para a economia mundial, mas, ora vejam, especialmente negativas para o Brasil. O dólar disparou por aqui e chegou a R$ 3,23.

Este texto começou falando sobre preço de commodities. Pois é… O preço do minério de ferro despencou 11% na Bolsa, informa a Folha, para a cotação mais baixa desde 2009. Entre janeiro e junho, a receita decorrente das exportações do minério para a China caiu nada menos de 49%.

Se a China que crescia a 10% foi fundamental para alimentar a farra petista e, crescendo 7%, está tendo um peso importante para demonstrar como estavam errados os fundamentos da nossa economia, um sério abalo pode ser devastador para o Brasil.

A depender do caso, a China pode ser mais perigosa para Dilma do que o TCU…

Por Reinaldo Azevedo

 

Temor de bolha na China faz bolsas asiáticas despencarem nesta 4a.-feira

As bolsas asiáticas fecharam em forte queda nesta quarta-feira, em meio a um temor generalizado dos investidores com o risco de uma bolha nos mercados, alimentado pela quebra de confiança na eficiência do governo chinês para estimular a economia do país.

Desde novembro do ano passado, a China tem adotado algumas medidas para reduzir os custos de financiamento e acelerar a economia. A taxa referencial de juros, por exemplo, foi reduzida quatro vezes, para 4,85%. Tais medidas levaram a bolsa de Xangai a uma alta de mais de 100% entre novembro e junho. No entanto, como a economia real não reagiu com o mesmo entusiasmo, tornou-se crescente o temor de que o mercado acionário chinês esteja próximo de uma bolha.

Além disso, há preocupações de que as medidas cada vez mais "desesperadas" das autoridades para acalmar os investidores estão, na verdade, contribuindo para aumentar os riscos ao sistema financeiro do país. "Inicialmente, a maior parte dos riscos dos mercados estava com as famílias, mas, com as tentativas de resgate da China, instituições sistematicamente importantes estão assumindo mais riscos", afirmam os economistas do banco Société Générale.

No fim de semana, o governo suspendeu o lançamento de algumas ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) e tornou mais fácil para os operadores pedir dinheiro emprestado para comprar ações. Em vez de um aumento nas compras, os investidores estão evitando investir no mercado de ações, que contém mais riscos, e migrando seus recursos para o mercado de títulos, considerado mais seguro. Como consequência disso, o juro do bônus de 10 anos do governo chinês caiu para 3,4% no pregão de hoje, de 3,6% no começo do mês.

No fechamento, o índice Xangai Composto caiu 5,9%, a 3.507, com queda acumulada de 32% desde meados de junho. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve recuo de 5,89%, a 23.516 pontos. Em Taiwan, o Taiex teve baixa de 2,96%, a 8.976 pontos. Na Coreia do Sul, a queda foi de 1,18%, a 2.016 pontos.

Na Oceania, a Bolsa de Sydney caiu 2,0% e levou o índice S&P/ASX 200 a 5.469 pontos, pressionado principalmente pela queda do preço do minério de ferro, de 4,4% no fechamento de ontem, para 49,7 dólares por tonelada, e com preocupações relacionadas ao impasse entre Grécia e credores internacionais. Em meio a isso, as mineradoras Rio Tinto e BHP Billiton tiveram baixas de 3,25% e 3,12%, respectivamente.

(Com Estadão Conteúdo)

 

Na FOLHA: Bolsa da China recua 6% com pânico de 'estouro de bolha' no país

As Bolsas chinesas tiveram nesta quarta (8) mais um dia de pânico, que paralisou quase metade dos negócios com ações de empresas do país e levou o governo a acelerar seu programa de compra de papéis corporativos para conter a maior queda nos preços das ações em 20 anos.

O desastre com as ações chinesas, que ocorre quando as atenções dos mercados globais estão voltadas para a crise na Grécia, já é visto como um possível "estouro de bolha" na China, país que mantém forte expansão na Bolsa e na economia desde 2007.

O índice CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen fechou em queda de 6,8%, enquanto o índice geral da Bolsa de Xangai, indicador de referência na China, registrou uma forte queda de 5,9%, apesar das novas medidas anunciadas pelo governo para tentar estabilizar o mercado.

O índice, que ontem fechou com uma queda de 1,29% após um breve respiro de alta na segunda-feira depois de uma série de intervenções das autoridades, caminha rumo ao pior mês de sua história ao acumular perdas de 29% nas três últimas semanas.

Na sexta (3), as Bolsas chinesas já tinham experimentado forte retração, o que foi chamado de Sexta-Feira Negra na China.

Refletindo a instabilidade chinesa, o dólar voltou a ter forte valorização sobre o real nesta quarta-feira (8).

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com alta de 1,27% sobre o real, cotado em R$ 3,229 na venda — o maior valor desde 30 de março, quando a moeda americana valia R$ 3,246.

Às 14h20 (de Brasília), o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 1,50%, a R$ 3,233.

O preço do minério de ferro na China despencou 11% nesta quarta, atingindo sua menor cotação em 10 anos. A China é o principal mercado da brasileira Vale, maior produtora global de minério de ferro.

940 EMPRESAS SUSPENDEM NEGOCIAÇÕES

Após atingirem em meados de junho sua maior alta em sete anos, as ações chinesas passaram a desabar na semana passada, quando os bancos chineses reduziram a oferta de crédito para os investidores cumprirem suas obrigações (pagamento de margens de transação) com as Bolsas.

Isso teria levado à suspensão dos negócios em várias corretoras e agentes do mercado de ações. Segundo o jornal britânico "Financial Times" somente nesta quarta, 173 grupos listados nas bolsas de Xangai e Shenzhen suspenderam o comércio de ações.

No total, já são 940 empresas, ou mais de um terço das companhias listadas nas duas bolsas. As ações já perderam US$ 3 trilhões em valor.

Para conter o pânico, o governo chinês fez até um apelo às empresas para implementarem planos de recompra. O próprio governo tem comprado papéis de empresas consideradas estratégicas para segurar os preços nas Bolsas.

Nesta quarta, com quase metade do mercado com negociação suspensa, os investidores remanescentes com posições consideradas insustentáveis foram forçados a se livrarem de ações para as quais pudessem achar compradores, especialmente os papéis de grandes empresas —as chamadas blue chips—, que até então eram sustentadas por fundos de estabilização no começo da semana e sofreram a maior parte do impacto.

"Nunca vi esse tipo de queda antes. Não acho que alguém tenha visto. A liquidez está totalmente esgotada", disse o analista da Northeast Securities Du Changchun.

"Originalmente, muitos queriam manter as blue chips. Mas com tantas small caps suspensas das negociações, a única maneira de reduzir a exposição de risco é vender as blue chips."

*

PERGUNTAS E RESPOSTAS

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A BOLSA CHINESA?
Depois de atingir seu nível recorde em meados de junho, o mercado vem despencando, perdendo um terço do seu valor, cerca de US$ 3,5 trilhões.

MAS O QUE DETONOU ESSE MOVIMENTO?
Não está claro. Uma das hipóteses é que seja um movimento de pânico, em que uma queda na Bolsa detona uma forte de venda de ações, que, por sua vez, derruba a Bolsa novamente, e assim por diante.

O GOVERNO CHINÊS NÃO VAI FAZER NADA?
Ele tomou algumas medidas nos últimos dias, mas sem efeito. A mais recente foi usar dinheiro do banco central para adquirir ações. Taxas foram cortadas para facilitar compras de papéis e IPOs (oferta pública de ações) foram suspensos, por exemplo.

A CULPA É DOS INVESTIDORES ESTRANGEIROS?
Essa é uma tese popular entre os chineses, mas parece improvável. Os investidores estrangeiros detêm apenas 2% das ações do país.

COM A FATIA ESTRANGEIRA TÃO PEQUENA, O BRASIL ESTÁ IMUNE?
Não. Os chineses são grandes compradores das nossas commodities (petróleo, soja, minério de ferro etc.) e uma crise no país deve diminuir não só o consumo do país desses produtos, como também os preços.

 

ANÁLISE DE RAQUEL LANDIN, DA FOLHA DE S. PAULO:

China: mais uma péssima notícia para o Brasil

As notícias que vêm da China são nebulosas, mas já dá para perceber que o desenrolar dessa história pode ser negativo para o mundo e, especialmente, para o Brasil.

Parece que estamos nos aproximando perigosamente do estouro da tão temida bolha de ações da China. Uma espécie de "subprime" chinês em que problemas do mercado financeiro podem contaminar a economia real.

O pouco que sabemos até agora é que os investidores venderam ações "a descoberto" na China, ou seja, sem depositar suas margens de garantia, e provocaram a maior alta dos papéis em sete anos.

Com a recente restrição no crédito pelos bancos, foram chamados e cumprir suas obrigações e simplesmente não têm o dinheiro, provocando quebra-quebra entre as corretoras.

Os preços das ações derreteram e as companhias optam por sair da bolsa num movimento desorganizado e pouco regulado. No total, 940 companhias ou mais de um terço do total já deixaram de ser listadas. Como isso é possível?!

As ações perderam US$ 3 trilhões em valor e a economia real não vai escapar a um movimento como esse. O que não está claro ainda é o tamanho do estrago.

Os demais países do mundo dificilmente ficarão ilesos e o Brasil, em especial, já que foi considerado por muito tempo pelos investidores um "derivativo da China", devido a sua estreita relação comercial com o país, vendendo as matérias-primas para a industrialização chinesa.

O primeiro contágio vem pelo mercado mais sensível: o câmbio. Às 13h20, o dólar subia 1,49% para R$ 3,23, acompanhando o desvalorização das moedas dos países emergentes, provocada pela aversão ao risco dos investidores.

Os mercados de commodities também já começaram a refletir o estrago, principalmente o minério de ferro, principal produto, até agora, da pauta de exportação brasileira. Somente hoje o minério caiu 10% para US$ 44,59. Desde o início de junho, a queda é de espantosos 29,24%.

O efeito é imediato na mineradora brasileira Vale, uma importante fornecedora das siderúrgicas chinesas. As ações da empresa recuavam 3% hoje para R$ 14,68. Os papéis acumulam queda de 23,90% desde 1º de junho.

Essa turbulência é péssima notícia para o Brasil e para o governo Dilma porque já temos problemas internos suficientes. A lista é longa: a recessão deve bater em 1,5% este ano, o desemprego está subindo perigosamente, e a presidente governa sob a ameaça de um processo de impeachment.

Como se isso não bastasse, agora se desenha uma forte crise em nosso principal parceiro comercial. Com a Vale sofrendo e os preços das commodities em queda, teremos mais um dreno de recursos na combalida economia brasileira. 

 

Novo pedido de empréstimo da Grécia impulsiona bolsas europeias

Na solicitação à zona do euro, governo grego também se comprometeu a implementar reformas tributária e previdenciária no país para receber o auxílio financeiro

As bolsas europeias assumiram uma clara trajetória de alta após a notícia de que a Grécia solicitou um programa de ajuda do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), como é conhecido o fundo de resgate da zona do euro, e prometeu começar a implementar reformas no início da próxima semana. O pedido de Atenas foi para um resgate de três anos.

Antes disso, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, prometeu fazer "propostas concretas" nos próximos dias numa tentativa de superar o impasse com os credores. Em discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França, Tsipras disse também que as propostas vão conter uma exigência por um "diálogo genuíno" sobre a reestruturação da gigantesca dívida da Grécia, o que, segundo ele, é necessário para dar ao país "uma luz no fim do túnel".

Às 9h32 (no horário de Brasília), a tendência na Europa era de forte valorização das bolsas: Milão liderava, com ganhos de 2,34%, enquanto Londres subia 1,19%, Frankfurt avançava 1,03%, Paris tinha alta de 1,38% e Madri, de 1,19%. No mercado inglês, o Barclays era destaque de alta (+3,67%), após anunciar a saída de seu executivo-chefe, Antony Jenkins, mas mineradoras como Rio Tinto (-0,46%) sentiam o peso da forte queda vista nos preços do minério de ferro. No câmbio, o euro subia a 1,10 dólares, após tocar a máxima de1,10 dólares, mas a libra se enfraquecia, a 1,53 dólares.

Nesta terça-feira, líderes da Europa deram à Grécia prazo até domingo para fechar um acordo de ajuda que evite a saída do país da zona do euro. "Não estamos totalmente convencidos de que domingo será de fato o prazo final, mas as relações poderão ficar irrevogavelmente tensas se passarem esse ponto sem um acordo", avaliou Peter Chatwell, estrategista da Mizuho International, em nota a clientes.

Sem novos recursos financeiros, a Grécia não terá condições de honrar um pagamento de 3,5 bilhões de euros com o Banco Central Europeu (BCE) no próximo dia 20. Na semana passada, Atenas deu calote numa dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Alguns analistas observam que a Grécia nunca esteve tão perto de ser obrigada a sair da zona do euro, mas ressaltam que o risco de contágio para outras partes da região é limitado. Os bancos da Grécia permanecem fechados nesta quarta-feira, assim como a Bolsa de Atenas.

(Com Estadão Conteúdo)

Crise Internacional

Euro: os liberais e conservadores alertaram…

Se os eleitores tivessem memória melhor a esquerda estava perdida. O segredo dos esquerdistas é pular de galho podre em galho podre como se não tivessem nada a ver com a podridão. Cada novo experimento é vendido como uma novidade, ainda que seja apenas o repeteco dos velhos fracassos. Os liberais e conservadores apontam para eles, mas são ignorados, quando não ridicularizados. O tempo é senhor da razão.

O euro foi um projeto um tanto arrogante e intervencionista, de pensadores com a mentalidade estatizante que desejavam criar uma união de cima para baixo. Não funciona assim. E o alerta de que a união monetária forçada, para gerar uma união política artificial, acabaria gerando diversos problemas foi feito por muitos liberais e conservadores. Entre eles ninguém menos que Milton Friedman, ainda em 1997:

A mobilização para o Euro foi motivada por política, não economia. O objetivo foi o de vincular a Alemanha e a França tão estreitamente a ponto de fazer uma guerra europeia impossível no futuro, e para definir um cenário para um Estados Unidos da Europa. Eu acredito que a adoção do euro teria o efeito oposto. Ele iria agravar as tensões políticas através da conversão de choques divergentes que poderiam ter sido facilmente acomodados por mudanças na taxa de câmbio em questões políticas divisionistas. A unidade política pode abrir o caminho para a unidade monetária. Unidade monetária imposta em condições desfavoráveis vai provar uma barreira para a realização de unidade política.

Quão proféticas essas palavras soam hoje! Thatcher também disse não ao projeto. Três vezes, antecipando inclusive o hit de Amy Winehouse: no, no, no! Vejam:

Em diversas ocasiões fiz o mesmo alerta, quando as profecias de Friedman e Thatcher já tinham se mostrado acuradas, mas intervenções artificiais postergavam o encontro com a realidade e ludibriavam os investidores. Numa resenha do livro The Tragedy of the Euro, de Philipp Bagus, escrevi:

Em suma, o euro é um projeto político, que visa à centralização do poder na região. Os alemães de classe média poderão ser obrigados a sustentar a farra dos gregos, italianos, espanhóis e até franceses mais irresponsáveis. Essa é justamente a visão socialista de mundo. E ela nunca deu certo.

Numa carta de gestão, quando ainda atuava no mercado financeiro, lá estava a mesma mensagem:

Minha visão é de que o euro é um projeto fracassado. A questão que surge é a seguinte: insistir em seu salvamento com mais manipulações beneficia a Europa? Penso que não. Assim como a União Soviética, postergar o dia do julgamento faz apenas com que a dor seja maior depois. Quanto mais tempo levar para a ruptura do euro, maiores serão as divergências entre seus membros. E, por tabela, maior será a necessidade de transferências dos mais ricos para os mais pobres. Isso é socialismo. Ele nunca funciona.

Como um viciado em drogas, porém, o mercado celebra euforicamente cada nova rodada de estímulo das autoridades, ainda que a nova onda tenha menor intensidade e duração. Até o dia em que o organismo não agüenta mais.

A crise europeia está muito longe do fim. Haverá momentos de tranqüilidade aparente e até de otimismo. Um futuro sombrio aguarda a Europa. Não vamos nos enganar com alguns raios de sol esporádicos que surgem no horizonte.

Agora, uma vez mais, os liberais e conservadores alertam para os enormes riscos da decisão grega, aplaudida pela esquerda palpiteira que nunca aprende. O tempo mostrará, para não variar, que estávamos certos. Mas só depois de muita dor e sofrimento dos próprios gregos, iludidos pelas fantasias esquerdistas.

Rodrigo Constantino

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Fonte:
Veja.com

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1 comentário

  • maria costa Campinas - SP

    OS EEUU ESTAO POR TRAS DA QUEDA DAS ACOES CHINESAS! O GOVERNO DILMA /BRICS E CHINA SEGUE NO BOM CAMINHO ! VOCES ESTAO MAL INFORMADOS SOBRE O TEMA GLOBAL! A CHINA PASSOU OS EEUU COMO ECONOMIA MUNDIAL E OS EEUU QUEREM DESTRUIR A CHINA E A NOSSA ALIANCA DO BRICS POIS OS PAISES DO BRICS NAO SAO DEVEDORES!! ACORDEM!! E PAREM DE VER A GLOBO E LER O ESTADAO E A FOLHA E A VEJA... TODOS COMPRADOS PELOS AMERICANOS! VAO A STRATEGIC CULTURE.ORG

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Dona Maria "EU NÃO VEJO COM OS SEUS OLHOS"! ... ENTÃO ... OS MEUS NEURÔNIOS É MINHA PROPRIEDADE PARTICULAR!! ... NÃO VENDO, NÃO ALUGA, NÃO EMPRESTO ... FAÇO USO DELES DE ACORDO COM MEUS DESEJOS!!! BOA TARDE ....

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    • Guilherme Frederico Lamb Assis - SP

      só faltou essa senhor mandar ler o Pravda e assistir a TV estatal venezuelana... Nem precisa dizer que é comunista.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      O MAIS LEGAL É QUE OS COMUNISTAS ESTÃO BRAVOS PELA QUEDA NOS VALORES DAS AÇÕES EM BOLSA!! Ei espera um pouco!! Esse negócio de ações e Bolsa não são instrumentos do SISTEMA CAPITALISTA??? TERRA ... PLANETA REDONDO... É PRA ROLAR DE RIR !!!

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