Dólar sobe mais de 1% sobre o real, com Grécia e cenário político
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou com alta de mais de 1 por cento nesta terça-feira, encostando em 3,20 reais, maior patamar em pouco mais de um mês, com investidores evitando ativos de risco diante dos novos capítulos da crise de dívida da Grécia e preocupações com a cena política brasileira.
A moeda norte-americana subiu 1,29 por cento, a 3,1825 reais na venda, maior patamar desde 29 de maio, quando ficou em 3,1873 reais. Na máxima do dia, o dólar chegou a 3,2023 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 1,5 bilhão de dólares.
Analistas da corretora Guide Investimentos ressaltaram em nota a clientes que investidores recorriam à segurança do dólar. Mas, de maneira geral, a percepção é que mesmo uma saída da zona do euro não seria o fim do mundo e impactos sobre o Brasil seriam pequenos.
Encontro do Eurogrupo, que reúne ministros das Finanças da zona do euro, para discutir o tema terminou sem grandes conclusões nesta manhã. Na quarta-feira, o grupo fará teleconferência para discutir o esperado pedido grego por um empréstimo a médio prazo do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (ESM, na sigla em inglês).
Nesta tarde, uma autoridade do governo grego disse que o país está pedindo a seus parceiros da zona do euro uma solução temporária para suas necessidades de financiamento que cobriria o restante deste mês, enquanto se busca um acordo de longo prazo.
Os líderes da zona do euro podem ter uma nova cúpula de emergência no domingo para aprovar um plano de ajuda à Grécia se as instituições credoras ficarem satisfeitas com um pedido por empréstimo e um plano de reforma do país.
No Brasil, investidores também adotaram estratégias mais defensivas diante de preocupações com a estabilidade política do governo da presidente Dilma Rousseff.
"Aqui, as preocupações com a crise política potencializam a valorização do dólar", escreveu o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa em nota a clientes.
Com a subida de tom da oposição e o aumento das especulações sobre impeachment ou cassação, Dilma disse em entrevista à Folha de S.Paulo que não há base para isso e não vai cair.
"Antes, falávamos de impeachment como se fosse uma brincadeira, uma impossibilidade. Hoje, já é uma possibilidade a ser levada a sério, algo factível", disse o especialista em câmbio da corretora Icap Italo Abucater. "Passou do impossível ao improvável".
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, repôs ao todo o equivalente a 1,576 bilhão de dólares, ou por volta de 15 por cento do lote de agosto, que corresponde a 10,675 bilhões de dólares.
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