Governo da Grécia e credores não alcançam acordo e retomarão negociação ainda nesta noite
A reunião entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e os dirigentes das instituições e os países credores terminou nesta quarta-feira sem um acordo sobre as propostas da Grécia, mas as partes voltarão a reunir-se nas próximas horas para tentar conseguir avanços.
"As instituições apresentaram uma nova proposta que transfere a carga para trabalhadores e aposentados com medidas sociais injustas, enquanto ao mesmo tempo propõe evitar o aumento do peso sobre os que mais têm", criticaram fontes do Executivo grego em Atenas.
Por sua parte, o vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro, Valdis Dombrovskis, disse em Bruxelas que "estão fazendo progressos", mas "segue havendo questões pendentes" por resolver até conseguir um acordo.
"Estamos em processo de negociações intensas, estamos fazendo progressos. Não chegamos ainda (a um acordo) e vamos informar aos ministros para que nos deem mais orientações sobre como seguir adiante", acrescentou Dombrovskis.
Leia a notícia na íntegra no site da Agência EFE
Líderes da UE querem acordo sobre Grécia nesta 4ª e não vão negociar em cúpula, diz autoridade da UE
BRUXELAS (Reuters) - Líderes da União Europeia não vão negociar reformas em troca de financiamento com a Grécia em sua cúpula na quinta-feira e querem que Atenas alcance um acordo com os ministros de Finanças da zona do euro nesta quarta-feira, mesmo que as conversas levem a noite toda, disse uma autoridade sênior da UE.
"Os chefes de Estado e governos da zona do euro não esperam negociar", disse a autoridade próxima dos preparativos para a cúpula.
"A expectativa deles é receber o acordo alcançado no Eurogrupo, mesmo que para alcançar esse acordo os ministros de Finanças tenham que trabalhar também na noite de quarta para quinta-feira", completou.
(Reportagem de Jan Strupczewski)
Grécia ainda enfrenta diferenças com credores em discussões, Tsipras viaja para reuniões
Por Michele Kambas e Jan Strupczewski
ATENAS/BRUXELAS (Reuters) - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, chegou a Bruxelas para se reunir com os credores do país nesta quarta-feira e buscar reduzir as diferenças em questões importantes das propostas feitas por seu governo para sustentar as finanças estatais em troca de empréstimos vitais.
Atenas propôs elevar o Imposto sobre Valor Agregado, tributação sobre empresas e contribuições para a previdência buscando atingir as metas orçamentárias, mas Tsipras disse a aliados que os credores não aceitaram as medidas para elevar as receitas, segundo uma autoridade do governo grego.
"Essa atitude estranha só pode significar uma de duas coisas: ou eles não querem um acordo ou estão servido a interesses específicos na Grécia", disse Tsipras em um tweet.
Os mercados reagiram com nervosismo às declarações de Atenas, mas fontes próximas às negociações disseram que os credores da Grécia apresentaram novas contrapropostas.
Uma autoridade da União Europeia próxima às conversas, que pediu para não ser identificada, deixou claro que as conversas continuam. "Nada entrou em colapso, as negociações continuam e a reunião com Tsipras vai continuar como planejado."
Segundo o ministro grego da Economia, George Stathakis, apenas três das 50 propostas apresentadas por Atenas ainda geram impasse.
Ainda assim, com tempo se esgotando para que a Grécia pague 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional em 30 de junho ou entre em default, o presidente do grupo de ministros das Finanças da zona do euro, Jeroen Dijsselbloem, disse que ainda há muito trabalho a ser feito antes de se chegar a um acordo.
E a questão sobre alívio da dívida, importante exigência do lado grego, nem chegou a ser discutida, disse a autoridade.
O FMI disse que a Grécia vai precisar de algum tipo de reestruturação da dívida ou mais empréstimos para tornar suas finanças mais sustentáveis.
Mas autoridades da zona do euro insistem que os credores não discutirão qualquer reestruturação antes que a Grécia implemente o restante de seu programa de ajuste e a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, descartou qualquer redução da dívida.
Isso vai aumentar as dificuldades para o governo grego conseguir a aprovação parlamentar do acordo, especialmente do partido nacionalista Gregos Independentes, cujo apoio Tsipras precisa para ter a maioria.
Eles também rejeitam movimentos para eliminar exceções correntes ao IVA em algumas ilhas gregas.
"Eu não posso votar a favor de uma medida como essa, nem, obviamente, participar de um governo que viole uma linha na qual recebemos um mandato do povo grego", disse o líder do partido,
Panos Kammenos, em um tuíte na terça-feira.
Mas o ministro da Economia disse estar confiante no apoio parlamentar a um acordo antes de 30 de junho. "Acho que um acordo equilibrado é defensável no Syriza e na sociedade grega
também."
(Reportagem adicional de Karolina Tagaris, George Georgiopoulos e Renee Maltezou)
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