JUROS: Copom eleva Selic a 13,75% ao ano, mesmo patamar de dezembro de 2008

Publicado em 03/06/2015 21:20
na Reuters (+ VEJA)

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira, para 13,75 por cento ao ano, levando a Selic ao mesmo patamar de dezembro de 2008, em meio a um cenário de inflação persistentemente alta e queda na atividade econômica.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime e em linha com a expectativa de economistas em pesquisa da Reuters, em que 48 dos 49 profissionais consultados projetaram alta de meio ponto percentual nos juros.

O BC repetiu o comunicado da reunião anterior, ao dizer apenas que a decisão foi tomada "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação".

Para economistas, ao repetir o comunicado, o BC deixou a porta aberta para uma nova elevação dos juros.

"Isso significa que o ciclo continua e a minha expectativa é de (uma alta de) 25 (pontos básicos) na reunião de julho. Óbvio que vai depender do que acontecer com a expectativa de inflação em 12 meses até chegar lá. Se melhorar, deve haver outra (alta) de 25 e encerra o ciclo", disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima.

O mercado já vinha se preparando para um ajuste dessa magnitude, o quinto consecutivo, após autoridades do BC repetirem em diversas ocasiões que os avanços no combate à inflação ainda se mostravam insuficientes.

O BC iniciou o ciclo de aperto monetário em outubro, logo após as eleições presidenciais, elevando inicialmente a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25 por cento ao ano.

Em todas as reuniões do Copom subsequentes o aumento foi de 0,50 ponto percentual, em esforço do BC para combater a inflação, que segue persistente apesar do esfriamento da economia.

Após ver sua credibilidade ser colocada em xeque quando decidiu reduzir os juros em 2011 e 2012 a níveis recordes, mesmo diante de pressões inflacionárias, o BC vem reforçando em sua comunicação atual o comprometimento com a ancoragem das expectativas no centro da meta.

"É a decisão certa e mais um passo para reconstruir a credibilidade da política e reforçar o quadro de inflação como âncora da economia", disse o economista sênior do Goldman Sachs, Alberto Ramos, após o anúncio do Copom.

"No entanto, a tarefa de Banco Central ainda não acabou. Estamos chegando relativamente perto do final do ciclo, mas a taxa de câmbio e a atividade irão determinar se precisamos de uma ou duas mais altas neste processo", disse o economista.

(Reportagem adicional de Walter Brandimarte, em São Paulo, e Alonso Soto, em Brasília)

 

 

 

Na VEJA: Mesmo com a retração econômica, Copom eleva Selic a 13,75%

 

Trata-se do sexto aumento seguido da Selic, que permanece no maior patamar desde dezembro de 2008

 

 

 

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central do Brasil
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central do Brasil(Ueslei Marcelino/VEJA)

O Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual nesta quarta-feira, para 13,75% ao ano, sem/com viés, em decisão não/unânime, em linha com as expectativas do mercado. Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC afirmou que "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação", decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Sidnei Corrêa Marques e Tony Volpon.

Trata-se do sexto aumento seguido da Selic, que permanece no maior patamar desde dezembro de 2008, quando chegou a 13,75% ao ano. Na reunião de abril, a autoridade monetária já havia aumentado a Selic em 0,50 ponto, a 13,25%.

O mercado já vinha se preparando para um ajuste dessa magnitude, após autoridades do BC repetirem em diversas ocasiões que os avanços no combate à inflação ainda se mostravam insuficientes. O BC iniciou o ciclo de aperto monetário em outubro, logo após as eleições presidenciais, elevando inicialmente a Selic em 0,25 ponto porcentual, a 11,25% ao ano. Em todas as reuniões do Copom subsequentes o aumento foi de 0,50 ponto porcentual.

LEIA MAIS:

Copom eleva Selic em 0,5 ponto - a 13,25% ao ano

Juro do cheque especial atinge 220,4% ao ano, diz BC

Nem mesmo os dados ruins que saíram nos últimos dias foram suficientes para dissuadir o Copom de elevar novamente os juros. Os dados da produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram queda de 1,2% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. Na comparação com abril de 2014, a produção recuou 7,6%, ante mediana de -7,95%. Já o desemprego avançou para 8% em abril, segundo dados da Pnad Contínua.

A elevação também ocorre menos de uma semana após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que apontou retração econômica de 0,2% no primeiro trimestre do ano.

Apesar de os dados econômicos indicarem que a trajetória de queda da inflação não está distante de começar, o BC mantém o foco em derrubar a taxa. Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,71%. Nos quatro primeiros meses deste ano, a inflação somou 4,56% e, em doze meses até abril, totalizou 8,13% - a maior desde dezembro de 2003.

LEIA TAMBÉM:

Desemprego no país sobe 23% em um ano

Brasil fechou 97.828 vagas de trabalho em abril

A ata da última reunião do Copom, divulgada no início de maio, avaliava que, mesmo diante da retração econômica, haveria uma certa persistência da inflação. O colegiado alegava que, no curto prazo, o processo de realinhamento dos preços administrados, como os da energia, também refletiria na alta dos preços.

A atuação do BC vem sendo bem sucedida quando se leva em conta sua tentativa de ancorar as expectativas do mercado em relação à inflação. Os últimos boletins Focus, que reúnem estimativas de analistas para o IPCA para 2015 e 2016, já mostram a inflação recuando a 5,5% no final do ano que vem, apesar de os números deste ano se manterem em alta. O mercado espera que a inflação termine dezembro em 8,39%. Contudo, os mesmos analistas preveem que o centro da meta de inflação, de 4,5%, deverá ser atingido somente em 2019.

(Da redação)

Tesouro facilita acesso a dados sobre contas públicas

BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional tornou mais direto o acesso a uma série de estatísticas sobre contas públicas em sua página na Internet, num momento em que o governo tenta recuperar a credibilidade de sua política fiscal.

Participação da Infraero em aeroportos a serem leiloados deve cair para 15%, diz fonte

BRASÍLIA (Reuters) - A estatal Infraero deverá ter 15 por cento de participação nos quatro aeroportos que estarão no programa de concessões de infraestrutura do governo federal a ser anunciado na semana que vem, disse à Reuters nesta quarta-feira uma fonte do governo a par do assunto.

Caixa lucra R$1,5 bi no 1º tri; inadimplência e provisões crescem

SÃO PAULO (Reuters) - O lucro da Caixa Econômica Federal ficou praticamente estável no primeiro trimestre, enquanto o crédito desacelerou e a qualidade da carteira de crédito atingiu o pior nível em seis anos.

El Niño pode reduzir moagem total de cana do centro-sul em 2015/16

SAO PAULO (Reuters) - As usinas de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil possivelmente não conseguirão moer o volume projetado de 590 milhões de toneladas da safra 2015/16, caso o fenômeno climático El Niño se desenvolva na intensidade que está se prevendo, disseram fontes da indústria e meteorologistas.

Taxa de desemprego sobe a 8,0% no trimestre até abril, com forte procura por vagas e queda na renda

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego do Brasil subiu a 8,0 por cento no trimestre encerrado em abril, com o mercado de trabalho marcado pela forte procura por emprego, corte de vagas e queda na renda, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Investimento de distribuidora para meta de renovação não vai para tarifa, diz governo

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - Os investimentos a serem feitos pelas distribuidoras de energia para atingir as metas exigidas pelo governo para renovar suas concessões não serão repassados para as tarifas, explicaram nesta quarta-feira técnicos do Ministério de Minas e Energia, após a publicação de regras sobre o assunto.

Senado aprova criação do Banco dos Brics

(Reuters) - O Senado aprovou nesta quarta-feira um decreto legislativo de criação do Banco dos Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acertado entre os cinco países durante reunião em julho do ano passado em Fortaleza.

Bovespa fecha em queda de 1,32% com cautela antes de feriado e recuo de bancos

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou em queda nesta quarta-feira, por realização de lucros e cautela na véspera do feriado de Corpus Christi, com o declínio nas ações dos bancos guiando as perdas do Ibovespa após dois pregões seguidos de alta.

Dólar tem dia morno e fecha estável ante real, em véspera de feriado

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar terminou estável ante o real nesta quarta-feira, em um pregão marcado por poucas notícias e oscilações mais ligadas a fatores técnicos que a fundamentos econômicos, com investidores ajustando suas posições antes do feriado de Corpus Christi.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters + VEJA

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário