JUROS: Copom eleva Selic a 13,75% ao ano, mesmo patamar de dezembro de 2008
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira, para 13,75 por cento ao ano, levando a Selic ao mesmo patamar de dezembro de 2008, em meio a um cenário de inflação persistentemente alta e queda na atividade econômica.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime e em linha com a expectativa de economistas em pesquisa da Reuters, em que 48 dos 49 profissionais consultados projetaram alta de meio ponto percentual nos juros.
O BC repetiu o comunicado da reunião anterior, ao dizer apenas que a decisão foi tomada "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação".
Para economistas, ao repetir o comunicado, o BC deixou a porta aberta para uma nova elevação dos juros.
"Isso significa que o ciclo continua e a minha expectativa é de (uma alta de) 25 (pontos básicos) na reunião de julho. Óbvio que vai depender do que acontecer com a expectativa de inflação em 12 meses até chegar lá. Se melhorar, deve haver outra (alta) de 25 e encerra o ciclo", disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima.
O mercado já vinha se preparando para um ajuste dessa magnitude, o quinto consecutivo, após autoridades do BC repetirem em diversas ocasiões que os avanços no combate à inflação ainda se mostravam insuficientes.
O BC iniciou o ciclo de aperto monetário em outubro, logo após as eleições presidenciais, elevando inicialmente a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25 por cento ao ano.
Em todas as reuniões do Copom subsequentes o aumento foi de 0,50 ponto percentual, em esforço do BC para combater a inflação, que segue persistente apesar do esfriamento da economia.
Após ver sua credibilidade ser colocada em xeque quando decidiu reduzir os juros em 2011 e 2012 a níveis recordes, mesmo diante de pressões inflacionárias, o BC vem reforçando em sua comunicação atual o comprometimento com a ancoragem das expectativas no centro da meta.
"É a decisão certa e mais um passo para reconstruir a credibilidade da política e reforçar o quadro de inflação como âncora da economia", disse o economista sênior do Goldman Sachs, Alberto Ramos, após o anúncio do Copom.
"No entanto, a tarefa de Banco Central ainda não acabou. Estamos chegando relativamente perto do final do ciclo, mas a taxa de câmbio e a atividade irão determinar se precisamos de uma ou duas mais altas neste processo", disse o economista.
(Reportagem adicional de Walter Brandimarte, em São Paulo, e Alonso Soto, em Brasília)
Na VEJA: Mesmo com a retração econômica, Copom eleva Selic a 13,75%
Trata-se do sexto aumento seguido da Selic, que permanece no maior patamar desde dezembro de 2008
O Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual nesta quarta-feira, para 13,75% ao ano, sem/com viés, em decisão não/unânime, em linha com as expectativas do mercado. Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC afirmou que "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação", decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Sidnei Corrêa Marques e Tony Volpon.
Trata-se do sexto aumento seguido da Selic, que permanece no maior patamar desde dezembro de 2008, quando chegou a 13,75% ao ano. Na reunião de abril, a autoridade monetária já havia aumentado a Selic em 0,50 ponto, a 13,25%.
O mercado já vinha se preparando para um ajuste dessa magnitude, após autoridades do BC repetirem em diversas ocasiões que os avanços no combate à inflação ainda se mostravam insuficientes. O BC iniciou o ciclo de aperto monetário em outubro, logo após as eleições presidenciais, elevando inicialmente a Selic em 0,25 ponto porcentual, a 11,25% ao ano. Em todas as reuniões do Copom subsequentes o aumento foi de 0,50 ponto porcentual.
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Nem mesmo os dados ruins que saíram nos últimos dias foram suficientes para dissuadir o Copom de elevar novamente os juros. Os dados da produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram queda de 1,2% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. Na comparação com abril de 2014, a produção recuou 7,6%, ante mediana de -7,95%. Já o desemprego avançou para 8% em abril, segundo dados da Pnad Contínua.
A elevação também ocorre menos de uma semana após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que apontou retração econômica de 0,2% no primeiro trimestre do ano.
Apesar de os dados econômicos indicarem que a trajetória de queda da inflação não está distante de começar, o BC mantém o foco em derrubar a taxa. Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,71%. Nos quatro primeiros meses deste ano, a inflação somou 4,56% e, em doze meses até abril, totalizou 8,13% - a maior desde dezembro de 2003.
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A ata da última reunião do Copom, divulgada no início de maio, avaliava que, mesmo diante da retração econômica, haveria uma certa persistência da inflação. O colegiado alegava que, no curto prazo, o processo de realinhamento dos preços administrados, como os da energia, também refletiria na alta dos preços.
A atuação do BC vem sendo bem sucedida quando se leva em conta sua tentativa de ancorar as expectativas do mercado em relação à inflação. Os últimos boletins Focus, que reúnem estimativas de analistas para o IPCA para 2015 e 2016, já mostram a inflação recuando a 5,5% no final do ano que vem, apesar de os números deste ano se manterem em alta. O mercado espera que a inflação termine dezembro em 8,39%. Contudo, os mesmos analistas preveem que o centro da meta de inflação, de 4,5%, deverá ser atingido somente em 2019.
(Da redação)
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