Vale e Petrobras conduzem avanço de 2% da Bovespa, em dia de alta das commodities
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O pregão na bolsa paulista nesta terça-feira foi marcado por altas expressivas, em meio ao avanço dos preços das commodities e com papéis ligados ao setor de infraestrutura também entre os destaques positivos.
O principal índice da Bovespa fechou em alta de 2,27 por cento, a 54.236 pontos. O volume financeiro somou 6,88 bilhões de reais.
Para o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos, o desempenho na bolsa resultou de um conjunto de fatores, incluindo preços de matérias-primas mais altos nesta sessão e espaço para recuperação do índice após a queda no mês passado.
A emissão de um bônus de 100 anos e a descoberta de novos poços pela Petrobras na véspera também contribuíram, disse o gestor. O preço do minério de ferro acima dos 60 dólares também contribuiu, principalmente para a valorização das ações da Vale.
A expectativa de que o governo irá lançar ainda este mês programas nas áreas de infraestrutura e exportação, dentro de sua agenda positiva, também endossou apostas mais positivas, com novos comentários sobre o tema nessa sessão.
De acordo com a presidente Dilma Rousseff, tal agenda irá incluir também a terceira fase do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Wall Street fechou no vermelho, após sessão sem tendência definida, com a Grécia e dados econômicos no radar.
DESTAQUES
=VALE disparou nesta sessão, com as preferenciais fechando em alta de mais de 7 por cento, diante da alta dos preços do minério de ferro à vista na China, enquanto os contratos futuros da commodity em Dalian atingiram a máxima em três semanas. O Itaú BBA elevou a recomendação para o ADR da Vale para "market perform", embora tenha reduzido o preço-alvo, citando melhorias esperadas para o fluxo de caixa livre a partir de 2017.
=PETROBRAS subiu ao redor de 4 por cento, tendo como pano de fundo a alta do petróleo, um dia após a empresa emitir 2,5 bilhões de dólares em um título de 100 anos. O BTG Pactual disse em nota a clientes que a captação poderia ter alguma conotação positiva para a ação, "apesar de não endereçar todo o problema de caixa da companhia". A Petrobras também anunciou descoberta de nova acumulação de petróleo na Bacia de Sergipe.
=ECORODOVIAS liderou as altas do Ibovespa, fechando com avanço de 8,4 por cento, conforme o mercado segue na expectativa de anúncio de pacote ligado à infraestrutura. A operadora de ferrovia RUMO ALL, na sequência, avançou 7,6 por cento.
=OI fechou em alta de quase 6 por cento, no mesmo dia em que a operadora de telecomunicações efetivou a venda de toda sua participação na PT Portugal para o grupo europeu Altice, com entrada de 4,92 bilhões de euros em caixa. Especulações relacionadas a fusões e aquisições no setor também seguiram fazendo preço nos negócios, em meio a expectativas sobre encontros com autoridades brasileiras e empresas estrangeiras. Um fonte do governo disse à Reuters que o presidente mundial da norte-americana AT&T deve se reunir com a presidente Dilma Rousseff nas próximas semanas.
=COSAN avançou 2,95 por cento. O grupo de energia e infraestrutura confirmou na véspera a entrada na empresa de Paula Kovarsky, ex-analista do Itaú BBA, como diretora de Relações com Investidores.
=CEMIG e COPEL ficaram na ponta contrária, com quedas de 2,05 e 1,04 por cento, respectivamente, em dia de fraqueza do setor elétrico, após fortes ganhos na segunda-feira.
=SUZANO PAPEL E CELULOSE e FIBRIA recuaram, acompanhando o declínio de mais de 1 por cento do dólar frente ao real, que abriu espaço para nova realização de lucros com os papéis.
(Reportagem adicional de Leonardo Goy)
Na FOLHA: Ações da Vale disparam 7% e levam Bolsa à maior alta em dois meses
O principal índice da Bolsa brasileira teve nesta terça (2) sua maior alta diária em dois meses, impulsionado pela disparada de mais de 7% das ações da mineradora Vale.
Segundo analistas, não houve mudança no cenário de cautela com a economia brasileira, mas investidores aproveitaram o dia para comprar papéis considerados "baratos". Em maio, o Ibovespa caiu mais de 6%.
Nesta terça, o principal índice da Bolsa subiu 2,27%, para 54.236 pontos --o maior ganho diário desde 1º de abril.
A ação preferencial da Vale, sem direito a voto, subiu 7,46%, para R$ 18,01.
Os papéis foram influenciados por uma nova alta no preço do minério de ferro negociado no mercado à vista na China --principal destino das exportações da companhia-- e por uma melhora na recomendação dos analistas do banco Itaú BBA para o ADR (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York) da mineradora.
As ações preferenciais da Petrobras subiram 3,80% nesta terça, para R$ 12,84.
No mercado de câmbio, o dólar caiu ante o real, com investidores otimistas em relação a um provável acordo entre o governo da Grécia e líderes da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) para amenizar a crise no país.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve queda de 1,57%, cotado a R$ 3,129. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 1,19%, para R$ 3,136.
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