Brasileiros tinham ao menos US$ 7 bilhões na Suíça
Os arquivos do banco HSBC da Suíça indicam que os correntistas brasileiros tinham ao menos US$ 7 bilhões depositados em Genebra entre 2006 e 2007. Se confirmado, esse total representa dez vezes mais do que o valor que o Ministério Público Federal comprovou até o momento como usado para pagamento de propina na investigação da Operação Lava-Jato, sobre cartel e desvio de recursos na Petrobras.
Nos registros do banco suíço, segundo os dados vazados, há 8.687 brasileiros donos de contas bancárias, fazendo com o que país ocupe o quarto lugar no ranking de correntistas e o nono no de valores depositados. A lista de clientes tem no topo a própria Suíça, com 11.235, seguida pela França (9.187) e Reino Unido (8.844).
Ter uma conta numerada na Suíça não pressupõe, a princípio, nenhum crime. Não só a legislação suíça permite que elas sejam abertas como também a brasileira. Segundo o Banco Central, os brasileiros têm total liberdade para abrir contas e remeter dinheiro ao exterior. Eles, no entanto, são obrigados a declarar esse movimento junto à Receita Federal e ao próprio Banco Central, que todos os anos elabora um censo de brasileiros com contas no exterior.
Fere a lei quem não segue essa regra, incorrendo, pelo menos, nos crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal e, possivelmente, lavagem de dinheiro. Por suspeitar da origem dos recursos desses correntistas, a Receita Federal e a Polícia Federal já investigam o caso.
Segundo especialistas, dois perfis de correntistas fazem uso do serviço de contas numeradas, pelo qual o correntista é identificado apenas por um número. Trata-se de um meio tradicional de ocultar o nome do titular.
Leia a notícia na integra no site O Globo.
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