Vale guia queda de 1% do Ibovespa no primeiro pregão de março
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista começou março no vermelho, após acumular alta de quase 10 por cento em fevereiro. A queda das ações da Vale e de bancos privados guiou o recuo do Ibovespa nesta segunda-feira, em meio a movimentos de realização de lucros.
O Ibovespa terminou em baixa de 1,09 por cento, a 51.020 pontos. O volume financeiro voltou a ficar abaixo da média do ano de cerca de 7 bilhões de reais, totalizando 5,2 bilhões.
No caso de Vale, ajudou na queda decisão do Credit Suisse de cortar o preço-alvo dos ADRs (recibo de ações negociado nos Estados Unidos) da mineradora de 7,50 para 7 dólares. As preferenciais fecharam em baixa de 3,13 por cento.
O analista do Credit Suisse Ivano Westin vê positivamente os esforços da Vale em reduzir custos e investimentos, além de entregar o crescimento de minério de ferro, mas pondera que a previsão de preços de commodities em baixa por um longo período acaba pesando mais.
As ações de Itaú Unibanco e Bradesco recuaram 0,44 e 1,36 por cento, respectivamente, pesando no índice em razão da forte participação, apesar da avaliação positiva nas carteiras recomendadas de março para o setor financeiro.
Petrobras também pesou, com as ações preferenciais caindo 1,78 por cento, em sessão de queda expressiva do preço do petróleo Brent e corte de estimativas para a estatal pelo Goldman Sachs, embora tenha mantido avaliação "neutra" para a empresa.
O setor elétrico também figurou entre as pressões negativas, com Eletrobras à frente, terminando em baixa de 7,07 por cento, enquanto o mercado segue atento ao noticiário sobre chuvas e ajustes nas tarifas.
Investidores também seguiram analisando efeitos setoriais de medidas fiscais do governo na sexta-feira, como ajustes nas alíquotas de desoneração da folha de pagamentos do programa de incentivo às exportações Reintegra.
Papéis de companhias exportadoras ocuparam a ponta positiva do Ibovespa, entre eles Suzano Papel e Celulose e Embraer, em meio a corte de juros na China no fim de semana e alta do dólar frente ao real.
A depreciação cambial esteve entre os fatores considerados nas estratégias de ações para o mês de março compiladas pela Reuters, assim como o cenário econômico ainda desafiador e incertezas sobre os juros norte-americanos.
Da safra de balanços, Marfrig fechou com elevação de 0,41 por cento, após alta de 29,8 por cento no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado.
Gafisa encerrou em baixa de 2,38 por cento, após forte queda no lucro líquido do quarto trimestre frente ao ano anterior. A empresa vê o segmento de baixa renda seguindo aquecido.
Já MRV avançou 3,97 por cento. Analistas aguardam um salto anual de 56,6 por cento no lucro líquido da companhia, focada em construção para a baixa renda. O balanço da empresa deve ser divulgado na quinta-feira.
Veja as maiores baixas e altas do Ibovespa nesta segunda-feira:
BAIXAS
Ação Preço(R$) Variação
ELETROBRAS PNB 6,44 -7,07%
ELETROBRAS ON 5,11 -4,49%
PDG REALT ON 0,45 -4,26%
ENERGIAS BR ON 8,65 -4%
GERDAU MET PN 10,72 -3,94%
BRADESPAR PN 12,72 -3,93%
GOL PN 9,66 -3,88%
CCR RODOVIAS ON 16,05 -3,72%
BMF BOVESPA ON 9,68 -3,59%
CEMIG PN 12,55 -3,31%
ALTAS
Ação Preço(R$) Variação
MRV ON 7,07 3,97%
SUZANO PAPEL PNA 12,44 3,15%
EMBRAER ON 25,56 2,65%
LOJAS AMERIC PN 17,05 2,16%
CESP PNB 24 1,91%
KLABIN UNT 16,3 1,87%
MARCOPOLO PN 2,28 1,79%
LOJAS RENNER ON 85,39 1,55%
FIBRIA ON 37,35 1,33%
JBS ON 12,67 1,2%
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