Bovespa fecha quase estável com elétricas limitando pressão negativa da Vale
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou praticamente estável nesta quinta-feira, com o avanço das ações do setor elétrico ajudando a compensar o efeito negativo da queda dos papéis da Vale e de empresas do setor de educação.
O Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,10 por cento, a 51.760 pontos. Na mínima, chegou a recuar 1,2 por cento. O volume financeiro somou 5,78 bilhões de reais.
O avanço nos papéis de empresas elétricas foi atribuído à redução de posições vendidas com especulações sobre dados melhores de chuvas, o que tiraria pressão da parte de geração, enquanto novas tarifas aliviam as distribuidoras de energia.
O chefe da mesa de renda variável de uma corretora avaliou que as companhias integradas, com geração, transmissão e distribuição, como Cemig e Eletrobras, tendem a mostrar um desempenho superior nesse cenário, em relação às distribuidoras puras. O índice do setor elétrico subiu 2,53 por cento.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) costuma informar entre quinta e sexta-feira a previsão de chuvas que devem chegar aos reservatórios das hidrelétricas do país.
O tom negativo verificado em boa parte do pregão foi guiado pela queda de Vale, após prejuízo líquido de 4,761 bilhões de reais no quatro trimestre de 2014, com preços do minério de ferro despencando no exterior, perdas cambiais em derivativos e baixas contábeis.
"Quando uma companhia reporta os resultados de 2014 fazendo referência à geração de caixa de 2017 em diante, nós temos uma mensagem clara sobre quão desafiadores serão os próximos 24 meses, que já começaram a ser ilustrados no quarto trimestre de 2014", escreveu a clientes o analista Ivano Westin do Credit Suisse.
No fechamento, as preferenciais da mineradora acusaram queda de 3,87 por cento.
Ações de educação também pesaram no Ibovespa, após três altas seguidas, principalmente Kroton, que fechou em baixa de 9,87 por cento; e Estácio, que despencou 10,93 por cento.
As ações da Petrobras ensaiaram uma recuperação na abertura, mas logo perderam fôlego diante da forte queda do petróleo no exterior. As preferenciais da estatal terminaram em baixa de 1,17 por cento.
Outro destaque positivo foi BR Properties, que fechou em alta de 9,54 por cento o Fundo de Investimento em Participações Bridge afirmar que pretende fazer oferta pública (OPA) para adquirir o controle da companhia de investimentos em imóveis comerciais.
A alta de 1,55 por cento de Ultrapar também ajudou a anular as perdas do índice. A empresa reportou lucro líquido de 371,8 milhões de reais para o quarto trimestre, praticamente estável frente ao mesmo trimestre de 2013, em balanço que trouxe previsão de investimeno quase 30 por cento menor para este ano.
Também da safra de balanços, Ambev terminou estável, mesmo após anúncio de recompra de ações e alta na receita líquida do quarto trimestre acima de estimativas compiladas pela Reuters. O BTG Pactual avaliou que o resultado veio qualitativamente pior.
Fora do Ibovespa, a unit do BTG Pactual encerrou em queda de 0,55 por cento, após lucro abaixo das estimativas, com o aumento das provisões para perdas com empréstimos.
Veja as maiores baixas e altas do Ibovespa nesta quinta-feira:
BAIXAS
Ação Preço(R$) Variação
ESTACIO PART ON 20,04 -10,93%
KROTON ON 11,51 -9,87%
VALE ON 21,25 -4,02%
BRADESPAR PN 13,18 -4,01%
VALE PNA 18,4 -3,87%
CIA HERING ON 17,58 -3,14%
GOL PN 10,5 -1,41%
BRADESCO ON 37,31 -1,24%
PETROBRAS PN 9,27 -1,17%
CCR RODOVIAS ON 16,47 -1,14%
ALTAS
Ação Preço(R$) Variação
BR PROPERT ON 11,71 9,54%
ENERGIAS BR ON 9,3 5,56%
GAFISA ON 2,26 5,12%
CEMIG PN 13,05 4,82%
BRASKEM PNA 13,3 4,4%
ELETROBRAS PNB 6,9 4,39%
CESP PNB 24,5 4,26%
LIGHT S/A ON 14,99 3,95%
SUZANO PAPEL PNA 12,1 3,51%
LOCALIZA ON 35,2 3,29%
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