Na FOLHA: Mercado volta a piorar previsões e já vê queda no PIB e inflação em 7,27%
Os economistas e instituições financeiras consultados pelo Banco Central pioraram novamente suas expectativas para inflação e PIB nesta semana. Após ver estagnação para a economia brasileira em 2015 na estimativa anterior, o mercado agora aposta em retração de 0,42% no ano, de acordo com o boletim Focus. Para 2016, a taxa de expansão de 1,50% foi mantida.
Já o IPCA (índice oficial de inflação) deve ficar em 7,27% em 2015, ante estimativa anterior de 7,15%. No próximo ano, a inflação deve recuar para 5,60%, abaixo do teto da meta estipulada pelo governo, que é de 4,5%, com dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
O real deve seguir seu processo de desvalorização em relação ao dólar. Segundo o Focus, o dólar deve encerrar o ano em R$ 2,90, alta em relação à previsão anterior, que era de R$ 2,80. Os economistas esperam que o processo continue também até o final de 2016, quando a taxa chegará a R$ 2,93, aumento em relação à estimativa anterior, de R$ 2,90.
Os economistas também pioraram a estimativa para a taxa Selic (taxa básica de juros), que deve encerrar 2015 em 12,75%, contra previsão anterior de 12,50%. Atualmente, a Selic está em 12,25%. Para o final de 2016, prevê-se uma Selic de 11,50%, a mesma expectativa anterior.
Para a produção industrial, a estimativa passou de avanço de 0,44% em 2015 para retração de 0,43%. Em 2016, a estimativa também recuou, caindo de 2,50% na semana passada para 2,45% esta semana.
Em VEJA:
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Analistas do mercado financeiro projetaram, pela primeira vez, encolhimento da economia este ano: 0,42%, segundo o Boletim Focus, divulgado nesta quarta
Previsão para PIB em 2015 passou de zero para retração de 0,42% (Germano Luders/VEJA)
Economistas de instituições financeiras passaram a ver pela primeira vez a contração da economia neste ano, em meio a um aperto maior da política monetária diante da inflação mais elevada e do dólar mais alto. Segundo estimativa do mercado financeiro, divulgada pelo Banco Central (BC), no Boletim Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve encolher 0,42% neste ano. Trata-se da sétima piora consecutiva na projeção. Na semana retrasada, a expectativa era de crescimento zero para o PIB de 2015. Para 2016, o mercado continua prevendo alta de 1,50%.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, mostrou na semana passada que a economia brasileira encerrou o quarto trimestre de 2014 com queda de 0,15% em relação aos três meses anteriores e o ano passado com retração de 0,12%, segundo dados dessazonalizados.
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Sobre a inflação, o mercado financeiro vê ainda mais distante a possibilidade de cumprimento da meta de 4,50% este ano. De acordo com o documento, a mediana das previsões para o IPCA deste ano subiu de 7,15% para 7,27%. Há um mês, a mediana estava em 6,67%. Para o ano que vem, permanece em 5,60%. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admitiu que o IPCA subiria nos primeiros meses deste ano, mas avaliou que entraria em um período de declínio mais para frente e encerraria 2016 no centro da meta de 4,5%.
Apesar de a economia patinar, os economistas elevaram pela primeira vez após nove semanas a projeção para a Selic ao final deste ano, a 12,75%, contra 12,50% antes. A pesquisa do BC mostrou ainda que a expectativa agora é de alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, atualmente em 12,25%, na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom). Para 2016, permanece a perspectiva de que a Selic encerrará a 11,50%.
Além disso, a projeção para o dólar também subiu no final de 2015, a 2,90 reais contra 2,80 reais anteriormente. Para 2016, ela passou de 2,90 reais para 2,93 reais.
(Com Estadão Conteúdo e agência Reuters)
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