Ibovespa fecha em queda de 1,77% com Vale e piora da Petrobras
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta terça-feira, pressionado principalmente pelas ações da mineradora Vale e da Petrobras, conforme permanecem incertezas sobre o balanço auditado e o rumo da petroleira após troca de comando.
O Ibovespa caiu 1,77 por cento, a 48.510 pontos, após avançar 0,84 por cento na máxima do dia. O volume financeiro do pregão alcançou 6,2 bilhões de reais.
Os papéis da Petrobras chegaram a subir 5,6 por cento na primeira etapa dos negócios, ampliando os ganhos da véspera, em uma manhã com noticiário intenso sobre a empresa, incluindo cenários para a publicação do balanço auditado. Mas o fôlego não durou e as preferenciais fecharam em queda de 3,88 por cento e as ordinárias com recuo de 4 por cento, em meio a notícias desfavoráveis sobre a produção da estatal.
Na carta mensal do Fundo Verde FIC FIM, do gestor Luis Stuhlberger, a Verde Asset Management também disse que durante o ano as conversas sobre a perda do grau de investimento pela Petrobras voltarão e que a necessidade de uma capitalização também virá à tona.
"De qualquer forma, no curto prazo achamos que a posição técnica do mercado pode levar o preço do petróleo para algo entre 60 e 70 dólares, o que num primeiro momento poderá favorecer a Petrobras", observou o primeiro relatório mensal enviado a investidores desde a separação do fundo do Credit Suisse.
As ações da mineradora Vale fecharam em queda de 4,78 por cento, devolvendo os ganhos de mais de 4 por cento da véspera, e exercendo a maior pressão de baixa no Ibovespa. Em entrevista à Reuters, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, estimou que o preço do minério de ferro deve ficar acima de 70 dólares por tonelada no segundo trimestre e na maior parte do ano.
Bancos reforçaram o viés de baixa, com Banco do Brasil, que divulga o seu resultado trimestral na quarta-feira, à frente, caindo 3,34 por cento. Projeções apuradas pela Reuters apontam lucro recorrente de 2,9 bilhões de reais no quarto trimestre.
A companhia de seguros BB Seguridade, controlada pelo BB, reverteu a alta e cedeu 2,4 por cento, mesmo após divulgar lucro líquido acima do esperado no quarto trimestre de 2014 e estimar alta de até 22 por cento no lucro de 2015.
Os papéis de empresas de educação também sofreram nesta terça-feira, com a Kroton perdendo 3,74 por cento e Estácio caindo 3,19 por cento. O Ministério da Educação reiterou que não negociará a exigência de média de 450 pontos nas provas do Enem para garantir o acesso ao programa de financiamento ao ensino superior Fies, embora tenha dito que está discutindo os repasses às empresas de ensino.
Qualicorp experimentou uma trégua e subiu 4,67 por cento, maior ganho percentual do índice, após acumular forte queda nos últimos pregões, em meio a incertezas sobre possíveis mudanças nas regras dos planos de saúde pelo governo.
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