Consumidores lutam para comprar produtos básicos e filas aumentam na Venezuela
CARACAS (Reuters) - As filas estão aumentando nos supermercados venezuelanos, com alguns consumidores aparecendo antes do amanhecer na busca por produtos que vão de frango a sabão para lavar roupas, no momento em que a redução do ritmo de entregas, por causa de feriados, piora a falta de mercadorias no país.
As filas em mercados e farmácias nesta sexta-feira davam a volta no quarteirão, com as pessoas em alguns casos chegando antes do amanhecer sob o olhar das tropas da Guarda Nacional, enviadas para manter a ordem.
Líderes empresariais asseguraram que a situação vai melhorar nos próximos dias, pois os distribuidores retornarão dos feriados prolongados de fim do ano, muitas vezes prolongados. Porém, alguns consumidores culpam as políticas econômicas socialistas do presidente do país, Nicolás Maduro, pelo problema.
"A verdade é que eu não sei o que o governo está fazendo. Piora a cada dia", disse o entregador Elizio Velez, de 65 anos, que chegou às 5h da manhã num grande supermercado no leste de Caracas para comprar frango e papel higiênico.
"Isso é insano, parece o fim do mundo", afirmou ele, notando que as tropas haviam disparado tiros por causa de confusão na fila.
O sistema de controle cambial de mais de uma década da Venezuela tem apresentado há anos dificuldades de prover dinheiro suficiente para garantir níveis adequados de importação, levando a problemas no abastecimento de insumos, maquinário e bens de consumo.
Maduro, que culpa a "guerra econômica" dos opositores pela situação, disse em dezembro que planejava fazer mudanças no sistema, sem entrar em detalhes.
Filas nos mercados da cidade fronteiriça de San Cristóbal nesta semana começaram a partir das 3h da manhã e continuavam até as 22h, enquanto consumidores na litorânea Punto Fijo começaram a dormir em redes do lado de fora do principal shopping.
"Estou procurando por tudo, pelo preço que eu encontrar. Desde dezembro estou caçando papel higiênico porque na minha casa não temos nenhum”, disse Giovanny Chacon, morador de San Cristóbal. “Passamos o Natal e o Ano-Novo sem papel higiênico.”
Economistas acreditam que as reformas econômicas de Maduro vão incluir uma desvalorização do bolívar, o que faz os importados ficarem mais caros e aumenta a inflação. Os preços subiram 64 por cento no período de 12 meses até novembro.
(Reportagem adicional de Sailu Urribarri, em Punto Fijo; e de Javier Faria, em San Cristóbal)
Dissidentes dizem que 38 ativistas foram soltos em Cuba como parte de acordo com EUA
HAVANA (Reuters) - O governo cubano libertou da prisão 38 ativistas da oposição nos últimos dois dias, incluindo um popular artista de hip-hop, como parte de um acordo para melhorar as relações com os Estados Unidos, disseram grupos dissidentes nesta sexta-feira.
O União Patriótica de Cuba (Unpacu) afirmou que 29 dos seus integrantes estavam entre os libertados e que muitos haviam sido alertados pelo governo comunista de que iriam ser mandados de volta para a prisão se continuassem com as atividades de oposição.
“Os nossos prisioneiros soltos estão comprometidos a continuar lutando pela Cuba democrática que todos nós queremos”, afirmou José Daniel Ferrer, líder do grupo, num comunicado.
"Os ativistas da Unpacu deixaram a prisão com mais energia, força e motivação do que eles tinham quando foram presos.”
O compromisso cubano de libertar 53 presos é parte-chave do acordo histórico anunciado em 17 de dezembro, segundo o qual os governos de Cuba e EUA concordaram em retomar relações diplomáticas depois de mais de 50 anos de hostilidades.
Quase todos os libertados até agora estão numa lista informal de mais de 100 prisioneiros políticos elaborada meses atrás pelos dissidentes, mas não se sabe se todos estão na lista de 53 nomes que os EUA negociaram com Cuba.
Os dois governos não divulgaram detalhes sobre quem seria libertado, dando munição para os opositores do acordo nos EUA, que reclamam que o presidente norte-americano, Barack Obama, não pressiona Cuba o suficiente sobre o tema dos direitos humanos e que Havana não está cumprindo a sua parte no pacto.
A Casa Branca comemorou as libertações.
“Os Estados Unidos saúdam as libertações substanciais de prisioneiros em andamento em Cuba”, disse Ben Rhodes, importante autoridade da Casa Branca, pelo Twitter nesta sexta-feira.
"Muito bom ver as pessoas reunidas com as suas famílias.”
A maior parte dos liberados nos últimos dois dias era acusada de ofensas como resistir à prisão e ameaçar policiais e havia recebido penas curtas, de dois a cinco anos.
O artista de hip-hop Ángel Yunier Remón, conhecido como “O Crítico”, cumpria a maior sentença, de oito anos.
Remón foi preso em 2013 depois de pintar na rua, do lado de fora da sua casa, na cidade Bayamo (leste do país), a frase “Abaixo a ditadura!”. Ele fez greves de fome enquanto esteve preso e disse que contraiu cólera devido à falta de condições sanitárias na prisão.
“Estou tão feliz de estar de volta com a minha família, meus filhos, minha mulher”, disse Remón à Reuters nesta sexta-feira, acrescentando que não planejava desistir de trabalhar para a oposição.
"O nosso país ainda é uma ditadura”, disse. “Vamos continuar lutando por uma Cuba independente e realmente livre.”
A diplomata norte-americana responsável pela América Latina, a secretária-assistente de Estado Roberta Jacobson, deve visitar Havana em 21 e 22 de janeiro para negociações sobre a normalização dos laços diplomáticos e imigração.
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Telmo Heinen Formosa - GO
Diante da escassez de simples produtos de consumo para os quais há muitos fabricantes procurando mercado para fornecê-los, comprova-se mais uma vez a enorme especialização que os socialistas tem para "repartir" o que é dos outros. Como dizia Margareth Thatcher "o socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros" a Venezuela, onde se vende gasolina pelo equivalente a 3 centavos de Real por litro, e neste caso "os outros" é o extrativismo do petróleo cujos preços cairam pela metade recentemente. Especula-se que 96% dos outros bens consumidos no país são importados. Com a renda diminuida a coisa está critica. O Mc`Donalds viu-se forçado a trocar a batatinha frita de seu tradicional cardápio pela mandioca, a tal de "yuca" que não por acaso também já está em falta.... É lamentavel que ainda tenhamos entre nós tantos simpatizantes deste regime que o Lula e a Dilma prometeram implantar no Brasil para fazer parte da "Pátria Grande" que o Foro de São Paulo prometeu transformar a América Latrina.