Após fim do prazo para acordo sobre dívida, Argentina entra em calote

Publicado em 31/07/2014 08:01 e atualizado em 31/07/2014 09:35

Acabou, no fim desta quarta-feira (30), o prazo para a Argentina conseguir um acordo com credores que se recusaram a negociar com desconto os débitos do país. Após a reunião com fundos que não aceitam renegociar a dívida, a Argentina entra em calote, confirmou o mediador nomeado pela Justiça dos Estados Unidos. "A República da Argentina não alcançou nenhuma das condições, e, como resultado, vai estar em default (calote)", afirmou Daniel A. Pollack, em comunicado divulgado à noite.

O ministro da Economia, Axel Kicillof, que participou da reunião, se disse surpreendido pelo comunicado. "Sinceramente, desconhecia o comunicado. Peço desculpas aos trabalhadores que estavam esperando atentamente o resultado dessas negociações", afirmou, segundo reportagem do jornal argentino "La Nación". "Me vejo surpreendido ingratamente pelo comunicado, que parece escrito para favorecer uma das partes."

Leia a notícia na íntegra no site do G1

Ministro argentino nega calote: 'Se fosse, dinheiro não estaria depositado'

O ministro da economia da Argentina, Axel Kicillof, disse nesta quarta-feira (30) que os fundos especulativos recusaram a oferta do país sobre pagamento de títulos da dívida. "Os fundos querem mais e agora", disse o ministro. A falta de acordo entre eles, que liberaria um pagamento da Argentina a outros credores, coloca o país em calote técnico.

Uma sentença da Justiça dos EUA determinando o pagamento aos fundos que não aceitaram renegociar a dívida travou a parcela da dívida já renegociada com os demais credores. Ela vence nesta quarta e já foi paga, mas ficou bloqueada porque o país não pode privilegiar credores.

Leia a notícia na íntegra no site do G1

Agência de risco considera que Argentina deu calote e rebaixa nota

A agência de risco Standard and Poor's considera que a Argentina já deu calote técnico e rebaixou a nota do país nesta quarta-feira (30), de -CCC/C para SD (sigla em inglês para "selective default", ou calote seletivo). A perspectiva da nota é negativa, o que indica que pode haver outros cortes.

A Argentina falhou em pagar uma taxa de juros de US$ 539 milhões sobre seus títulos da dívida renegociada, diz a S&P. Para a agência, o país já está em "default seletivo", mas considera "default" tanto a falta de pagamento de serviços da dívida (os juros) na data estipulada quanto uma oferta de pagamento que seja menos favorável do que a que deveria estar sendo paga.

A reunião dos representantes do governo argentino com o mediador determinado pela Justiça dos EUA para negociar o pagamento de dívidas, no entanto, ainda não havia terminado quando a agência divulgou o rebaixamento.

Leia a notícia na íntegra no site do G1

No Valor: "Houve incompetência do mediador", diz ministro argentino sobre caso da dívida

Em um longo discurso, o ministro-chefe de gabinete da Argentina, Jorge Capitanich, aproveitou a sua entrevista matinal diária para criticar o mediador, o juiz e os próprios credores que não participam da dívida reestruturada. "Observamos uma incompetência do 'special master'", destacou em relação ao impasse que prevaleceu nas últimas tentativas para tentar evitar o “default” ontem.

Leia a notícia na íntegra no site do Valor Econômico.

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Fonte:
G1

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1 comentário

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Qual é o verdadeiro problema argentino? Depois do calote de 2001, ao renegociar cerca de 93% da sua divida, os credores exigiram que os contratos tivessem a seguinte cláusula: "Se você pagar algum credor sem desconto, eu também quero o valor integral" - EntÃo agora que aqueles 7% ganharam na Justiça o recebimento INTEGRAL, se a Argentina "pagá-los" confessará que está pagando alguns e ensejará a execução daquela cláusula pelos outros...

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