Dezenas de prisioneiros de guerra ucranianos teriam morrido em ataque com mísseis
Dezenas de prisioneiros de guerra ucranianos parecem ter sido mortos em um ataque com mísseis nesta sexta-feira, com Moscou e Kiev acusando-se mutuamente de realizar o ataque.
O incidente ofuscou os esforços apoiados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para retomar os embarques de grãos a partir da Ucrânia e aliviar uma crise alimentar global decorrente da guerra, agora em seu sexto mês.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que 40 prisioneiros foram mortos e 75 ficaram feridos no ataque à prisão na cidade de Olenivka, na linha de frente, em uma parte da província de Donetsk controlada por separatistas.
A pasta acusou Kiev de atingir o local com foguetes Himars fabricados nos Estados Unidos, informaram agências de notícias russas.
As Forças Armadas da Ucrânia negaram o ataque e culparam as forças russas, dizendo que a artilharia russa tinha como alvo a prisão.
"Dessa forma, os ocupantes russos perseguiram seus objetivos criminosos --acusar a Ucrânia de cometer 'crimes de guerra', bem como esconder a tortura de prisioneiros e execuções", disse o Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas.
O Ministério da Defesa russo afirmou que a prisão abriga prisioneiros de guerra ucranianos e que oito funcionários da prisão também ficaram feridos. O líder separatista apoiado pela Rússia, Denis Pushilin, disse que não havia estrangeiros entre as 193 pessoas detidas lá.
Um vídeo divulgado por um correspondente de guerra russo mostrou militares apoiados pela Rússia vasculhando os restos queimados do que ele disse ser a prisão.
O telhado danificado do prédio estava pendurado, e restos carbonizados de corpos podiam ser vistos.
Separadamente, a Ucrânia disse que pelo menos cinco pessoas foram mortas e sete ficaram feridas em um ataque com mísseis russos na cidade de Mykolaiv, no sudeste do país, próxima ao Mar Negro, enquanto a Rússia disparava contra as linhas de frente no leste e sul da Ucrânia.
Um míssil caiu perto de uma parada de transporte público, disse o governador regional Vitaly Kim no Telegram.
A Rússia, que nega atacar civis, não comentou imediatamente a situação e a Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.
GRÃOS
A Rússia e a Ucrânia concordaram na semana passada em desbloquear as exportações de grãos dos portos do Mar Negro, que foram ameaçadas por ataques russos desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.
O acordo foi o primeiro avanço diplomático do conflito e os preços do trigo oferecidos na Ásia caíram nesta semana devido às expectativas de maior oferta.
Mas o combate feroz torna a retomada extremamente arriscada.
O chefe de ajuda das Nações Unidas, Martin Griffiths, disse na quinta-feira à noite que esperava que o primeiro grão se movesse na sexta-feira, mas que detalhes cruciais para a passagem segura de navios ainda estavam sendo elaborados.
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