Petrobras eleva gasolina em 7% nas refinarias; mantém diesel

Publicado em 08/07/2024 12:53 e atualizado em 08/07/2024 14:58

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Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras elevará em cerca de 7% o preço médio de venda da gasolina às distribuidoras a partir de terça-feira, no primeiro ajuste no combustível fóssil em oito meses, enquanto manteve o preço médio do diesel, informou a petroleira nesta segunda-feira.

Com o ajuste, o valor médio da gasolina da Petrobras vendida nas refinarias subirá 0,20 real por litro, a 3,01 reais, informou a companhia, em comunicado.

O último ajuste da gasolina da Petrobras havia ocorrido em outubro do ano passado, quando houve uma redução, enquanto o último aumento havia sido em agosto de 2023, segundo dados da companhia.

A companhia também elevou o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP), o chamado gás de cozinha, em 3,10 reais o litro, a 34,70 por botijão de 13kg. Foi a primeira alta do combustível desde março de 2022, ao passo que a última queda ocorreu em julho de 2023.

O anúncio acontece enquanto agentes de mercado têm apontado que os preços médios de gasolina e diesel da companhia estão abaixo de valores praticados no mercado externo.

A defasagem impacta o mercado, principalmente importadores, uma vez que o Brasil não é autossuficiente na produção desses derivados e, por isso, depende de compras externas.

"Esse reajuste ainda não é suficiente para eliminar a defasagem apurada", ponderou o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, à Reuters.

Segundo cálculos da Abicom, a gasolina da Petrobras precisaria na verdade de um reajuste de 18%, ou de 0,59 real por litro, para ficar em paridade com o mercado externo.

Na mesma linha, a consultoria StoneX calculava a necessidade de um ajuste de 19,9%, ou 0,56 real por litro, antes do anúncio, para alcançar a paridade.

DEFASAGENS

O head na área DE petróleo, gás e renováveis da StoneX, Smyllei Curcio, destacou que há uma expectativa de aumento do preço do diesel da Petrobras, pela maior dependência externa do combustível fóssil.

Para a StoneX, o diesel precisa de um reajuste de 8,4%, enquanto a Abicom calcula essa necessidade em 15%.

A Petrobras não realiza um ajuste dos preços do diesel desde dezembro.

Desde maio do ano passado, a Petrobras deixou de seguir obrigatoriamente o chamado preço de paridade de importação (PPI), após a publicação de uma nova estratégia comercial, que visa considerar outras variáveis na precificação de seus produtos, com a promessa de ser a melhor opção para seus clientes e fornecedores, mas garantindo sua rentabilidade.

Dessa forma, a nova estratégia permitiu que a empresa mantenha preços estáveis por mais tempo, em busca de evitar volatilidades.

Em maio, executivos da companhia afirmaram que a política de preços para o diesel tem sido exitosa em evitar repassar volatilidades do mercado externo ao interno e permite ainda que a companhia continue lucrando.

Ainda segundo eles, as margens do diesel sofreram pressão do aumento da mistura de biodiesel no diesel, a partir do início de março, assim como pela entrada de diesel de origem russa, que tem chegado ao país com valores mais competitivos ante concorrentes.

O repasse de reajustes de preços da Petrobras aos consumidores finais, nos postos, não é imediato e depende de uma série de fatores, como margem da distribuição e revenda, adição de biocombustíveis e impostos.

(Por Marta Nogueira)

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Fonte:
Reuters

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