Preços do petróleo caem 3% para mínimas em 2 meses e meio devido a novas preocupações com demanda

BENGALURU (Reuters) - Os preços do petróleo perdiam mais de de 3%, para o nível mais baixo desde o final de agosto, nesta terça-feira, à medida que as preocupações com a demanda surgiram devido a dados aos dados mistos sobre a economia chinesa e à diminuição do entusiasmo dos investidores com os cortes nas taxas de juros.

Ambos os contratos - brent e WTI - atingiram seus níveis mais baixos desde 25 de agosto, e os futuros do Brent devem fechar abaixo de US$ 84 o barril pela primeira vez desde o ataque dos islâmicos do Hamas em 7 de outubro a Israel.

O prêmio sobre os contratos de Brent com carregamento antecipado em relação aos contratos com carregamento em seis meses também se situou no mínimo de dois meses e meio, indicando que os participantes no mercado estão menos preocupados com os atuais déficits de oferta.

“Os traders permanecerão em alerta máximo para sinais de um conflito mais amplo emergente na região (Oriente Médio) que possa interromper o fornecimento, mas parece que esses temores estão diminuindo”, disse Craig Erlam, analista da OANDA.

Do lado da procura, as importações de petróleo bruto da China em Outubro apresentaram um crescimento robusto, tanto na comparação anual, quanto mensal, mas as suas exportações totais contraíram-se a um ritmo mais rápido do que o esperado.
“Os dados sinalizam o declínio contínuo das perspectivas económicas chinesas, impulsionado pela deterioração da procura no maior destino de exportação do país: o Ocidente”, disse Fiona Cincotta, analista do City Index.

As expectativas de reduções no consumo de petróleo bruto por parte das refinarias baseadas na China entre Novembro e Dezembro também poderão limitar a procura de petróleo e exacerbar as descidas dos preços.

As ações mundiais, que muitas vezes são negociadas em conjunto com o petróleo, perderam força na terça-feira, à medida que o entusiasmo dos investidores sobre um pico nas taxas de juros globais desapareceu. O dólar americano também subiu desde os mínimos recentes, tornando o petróleo mais caro para os detentores de outras moedas.

O presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, destruiu na terça-feira as esperanças de cortes antecipados nas taxas, dizendo que o banco central dos EUA pode ter que fazer mais para reduzir a inflação de volta à sua meta de 2%. Os investidores aguardam comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, que falará na quarta e quinta-feira.

“Penso que os comerciantes estão cada vez mais preocupados com a perspectiva de uma procura mais fraca no próximo ano, à medida que as altas taxas de juro continuam a pesar”, disse Erlam.

Os mercados também estão à espera para ver se a Arábia Saudita e a Rússia estão prontas para controlar a produção voluntariamente para além do final do ano, além de um acordo mais amplo entre o grupo de produtores OPEP+.

Os dados da indústria API sobre os estoques de petróleo bruto dos EUA são esperados após 2000 GMT de terça-feira.

Reportagem adicional de Trixie Yap em Cingapura e Yuka Obayashi em Tóquio; edição de Jason Neely, Emelia Sithole-Matarise e Jonathan Oatis