Produção brasileira de petróleo deve crescer 10% em 2022, diz ministro
Por Leticia Fucuchima e Roberto Samora
(Reuters) - A produção de petróleo do Brasil deve ter um acréscimo de cerca de 300 mil barris por dia em 2022, o que representa um crescimento de cerca de 10% ante o ano passado, disse nesta quarta-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
A declaração do ministro foi feita na abertura de uma reunião ministerial da Agência Internacional de Energia (IEA), em Paris, e ocorre num momento de alta do mercado de petróleo e pedidos por maior produção por parte de nações como os EUA.
Este mês, a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, ligou para Bento pedindo aumentos mais rápidos, diante da disparada do petróleo por conta da guerra na Ucrânia.
Ao ser questionado sobre mais detalhes da declaração de Albuquerque nesta quarta-feira, o ministério disse que o aumento da produção é uma "importante contribuição do Brasil para a estabilização dos mercados globais de energia", conforme declaração publicada no Twitter.
Grande parte da produção brasileira da commodity vem da Petrobras, que, assim como outras petroleiras privadas que atuam no país, segue parâmetros de mercado para avaliar sua produção --no acumulado do ano até esta quarta-feira, o petróleo Brent já subiu mais de 50%, sendo cotado acima de 120 dólares o barril.
Em seu plano estratégico, a Petrobras projeta produção em 2022 em 2,1 milhões de barris ao dia, admitindo variação de 4% para mais ou para menos, ante 2,22 milhões bpd do ano passado.
Isso significa que, na melhor das hipóteses, a produção da Petrobras cresceria para 2,31 milhões de barris ao dia, ou pouco mais de 100 mil barris ao dia ante 2021.
Procurada, a Petrobras não comentou o assunto.
Considerando todas as empresas, a produção média anual de petróleo do Brasil ficou em 2,905 milhões de barris/dia em 2021, queda de 1,18% ante o recorde de 2020, com o crescimento da extração de novos campos do pré-sal sendo insuficiente para compensar a diminuição no bombeamento nas áreas maduras, segundo a reguladora do setor ANP.
O ministério também disse que a produção esperada para 2022 é resultado da avanços regulatórios, modernização do mercado brasileiro de energia e investimentos realizados no pré-sal.
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