Preço do milho segue o dólar e fecha segunda-feira recuando na B3
Os preços futuros do milho encerraram esta segunda-feira (18) contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). O que, de acordo com análise da Agrinvest, ocorreu apesar dos ganhos moderados do cereal em Chicago.
“O enfraquecimento do dólar contra o real e o fraco ritmo do programa brasileiro de exportação de milho acabaram puxando os futuros para baixo. Além disso, as lavouras de soja estão em excelente desenvolvimento, gerando otimismo de que a colheita ocorra em tempo ideal para uma boa janela de planto do milho safrinha”, dizem os analistas da consultoria.
“Com os preços do milho se valorizando nas últimas semanas, é esperado que não haja queda na área cultivada com milho segunda safra 2025, colocando um limite para novos aumentos no curto prazo”, acrescenta a Agrinvest.
O vencimento novembro/24 foi cotado à R$ 74,49 com alta de 0,43%, o janeiro/25 valeu R$ 73,73 com queda de 1,07%, o março/25 valeu R$ 74,60 com perda de 0,40% e o maio/25 teve valor de R$ 72,69 com baixa de 0,44%.
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume embarcado de milho não moído (exceto milho doce) até o momento em novembro alcançou 2.754.518,4 toneladas. O volume representa 37,19% do total exportado no mesmo mês do ano passado, que ficou em 7.405.902,9 toneladas.
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A média diária de embarques nestes primeiros 10 dias úteis do mês ficou em 275.451,8 toneladas, representando queda de 25,6% com relação a média diária embarcadas de novembro do ano anterior, em ficou em 370.295,1 toneladas.
Na visão de Vlamir Brandalizze, Consultor de Mercado da Brandalizze Consulting, apesar de bem menores do que os números de 2023, os volumes exportados de milho em 2024 são positivos e estão ajudando a sustentar os preços no mercado nacional.
“São bem menores porque nós colhemos 20 milhões de toneladas a menos, então é normal. Além disso, no ano passado nós fomos o maior exportador mundial de milho, uma coisa histórica, a primeira vez que superamos os Estados Unidos. Esse ano a gente voltou, vai exportar menos, mesmo assim vão ser grandes volumes. Vamos andar aí entre 36 e 38 milhões de toneladas, um volume bem alto de exportação, mesmo comparado as 56 milhões do ano passado, que foi um ano atípico”, diz Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve movimentações positivas neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações nas praças de Não-Me-Toque/RS, Nonoai/RS, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Dourados/MS e São Gabriel do Oeste/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, o afastamento de alguns compradores limitou as altas de preços do milho na última semana.
“A melhora do clima, as exportações em ritmo lento e as quedas dos contratos externos levaram demandantes a apostar em enfraquecimento nos valores domésticos. Além disso, as estimativas para safra 2024/25 indicam melhora na produção, o que pode aumentar o interesse de vendedores em negociar”, diz o Centro de Pesquisas.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro finalizaram o pregão desta segunda-feira contabilizando movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT).
“Chicago tem alta atrelada mais ao trigo do que ao próprio milho”, destaca o Consultor de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Segundo informações da Agrinvest, o trigo teve um dia de recuperação após as quedas acentuadas na semana passada, ganhando suporte pela intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia.
“Após uma trégua de três meses, a Rússia realizou um ataque aéreo contra a Ucrânia, agravando ainda mais a infraestrutura de energia do país. O aumento das tensões eleva o risco de alta para o frete marítimo e seguro na região do Mar Negro, afetando ainda a logística de exportação”, explicam os analistas da consultoria.
O vencimento dezembro/24 foi cotado à US$ 4,29 com valorização de 5,25 pontos, o março/25 valeu US$ 4,39 com alta de 4,50 pontos, o maio/25 foi negociado por US$ 4,46 com ganho de 4,00 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,50 com elevação de 3,00 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (15), de 1,24% para o dezembro/24, de 1,03% para o março/25, de 0,90% para o maio/25 e de 0,67% para o julho/25.
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