Dólar dá sustentação e milho acumula alta semanal de 1,9% na B3 e saltando até 3,4% ao longo de agosto
A sexta-feira (30) chega ao final com os preços futuros do milho se sustentando no campo positivo da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 61,70 e R$ 69,91.
O vencimento setembro/24 foi cotado à R$ 61,70 com valorização de 1,16%, o novembro/24 valeu R$ 63,80 com alta de 0,36%, o janeiro/25 foi negociado por R$ 67,27 com ganho de 0,31% e o março/25 teve valor de R$ 69,91 com elevação de 0,45%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram valorizações de 2,44% para o setembro/24, de 1,03% para o novembro/24, de 1,92% para o janeiro/25 e de 1,70% para o março/25, com relação ao fechamento da última sexta-feira (23).
Já no total do mês de agosto, o milho do Brasil acumulou ganhos de 3,47% para o setembro/24, de 0,38% para o novembro/24, de 0,37% para o janeiro/25 e de 0,19% para o março/25, na comparação com o fechamento do dia 31 de julho.
De acordo com a análise da Agrinvest, os futuros do milho operaram em alta na B3 diante da valorização em Chicago e do dólar mais forte.
“A firmeza dos preços do milho na exportação acabou melhorando o ritmo de negócios nesta semana, mas ainda assim, o programa de exportação brasileiro segue em ritmo lento. Isso é reflexo de uma postura mais restritiva do produtor devido à baixa rentabilidade da cultura este ano, o que o leva a comercializar apenas o necessário, aguardando melhores oportunidades”, diz a consultoria.
Analista da Céleres Consultoria, Enilson Nogueira, ressalta que, nos últimos dias, o Brasil registrou prêmios fortes e real desvalorizado, o que ajudou a dar sustentação aos preços do milho no país.
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“A gente vê um segundo semestre de preços um pouco mais altos, mas as recuperações são lentas. Novas altas estariam muito relacionadas à movimentação cambial e essa é uma oportunidade para os produtores. Um dólar à R$ 5,60, R$ 5,70, eventualmente à R$ 5,80, são gatilhos importantes para o produtor conseguir deslanchar a comercialização de milho da segunda safra”, diz Nogueira.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altas do que baixas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização somente em Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT e Brasília/DF. Já as valorizações apareceram em Castro/PR, Sorriso/MT, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
A análise da SAFRAS & Mercado, aponta que o mercado brasileiro de milho apresentou preços firmes no balanço de agosto. “A retração na oferta por parte dos produtores, com a finalização da colheita da safrinha, e o dólar em patamares mais altos garantiu suporte às cotações nos portos e também no físico interno”.
"O mercado interno não encontra espaço no cenário internacional para dar suporte às cotações nos portos e gerar um fluxo mais elevado de embarques. Os fluxos nos portos estão em níveis “normais” para esta etapa do ano, com grande parte das exportações realizada pelo Arco Norte e Santos. Assim, o mercado interno fica sujeito às variações de câmbio”, diz a SAFRAS.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro finalizaram as atividades desta sexta-feira contabilizando movimentações positivas e acumulando valorizações ao longo da semana, com flutuações mistas no fechamento de agosto.
O vencimento setembro/24 foi cotado à R$ 3,78 com valorização de 6,25 pontos, o dezembro/24 valeu US$ 4,01 com alta de 5,00 pontos, o março/25 foi negociado por US$ 4,19 com ganho de 5,00 pontos e o maio/25 teve valor de US$ 4,28 com elevação de 4,25 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (29), de 1,68% para o setembro/24, de 1,26% par ao dezembro/24, de 1,21% para o março/25 e de 1% para o maio/25.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram valorizações de 2,79% para o setembro/24, de 2,56% para o dezembro/24, de 2,32% para o março/25 e de 1,96% para o maio/25, com relação ao fechamento da última sexta-feira (23).
Já no total do mês de agosto, o milho dos Estados Unidos acumulou perda de 1,24% para o setembro/24, mas contabilizou ganhos de 0,31% para o dezembro/24, de 0,78% para o março/25 e de 0,29% para o maio/25, na comparação ao contabilizado no dia 31 de julho.
Os analistas da Agrinvest destacaram que os cereais tiveram continuidade em seus movimentos de alta, registrando ganhos importantes nesta semana.
“Os fundamentos que impulsionaram esse movimento positivo para o milho e o trigo estiveram voltados para a intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia, assim como para a competitividade do milho americano na exportação, resultado em um bom volume de vendas semanas, superando as estimativas do mercado”, dizem.
“Ainda assim, os ganhos acabaram limitados por uma demanda global tímida, especialmente pela ausência de compras de importação pela China”, acrescenta a Agrinvest.
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