Preço do milho recua 2,1% nesta 6ªfeira com avanço da colheita pressionando
A sexta-feira (14) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 57,59 e R$ 68,50 após recuarem até 2,1%, mas ainda acumularam operações positivas ao longo da semana.
O vencimento julho/24 foi cotado à R$ 57,59 com queda de 1,25%, o setembro/24 valeu R$ 61,14 com desvalorização de 2,16%, o novembro/24 foi negociado por R$ 65,00 com baixa de 1,81% e o janeiro/25 teve valor de R$ 68,50 com perda de 1,67%.
Já no acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram ganho de 0,68% para o julho/24, de 0,02% para o setembro/24, de 0,03% para o novembro/24 e de 0,44% para o janeiro, em relação ao fechamento da última sexta-feira (14).
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve movimentações negativas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações nas praças de Sorriso/MT, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a semana quente e seca ajudou aos trabalhos de colheita da segunda safra de milho do Brasil ganharem ritmo e trazerem pressão de oferta ao mercado.
“Outro fator é que a Conab aumentou um pouco a estimativa da safra brasileira. O mercado está acomodado com colheita, sem ajuda do dólar e não tem muitas novidades. O porto também está recuando hoje, em média R$ 1,00 com relação à ontem. Hoje Paranaguá fala R$ 61,00 no agosto, Santa Catarina R$ 61,50 e o Porto de Santos R$ 62,00, se passarmos para setembro tem R$ 1,00 a acima em todas as cotações”, pontua.
Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, destaca que diante desses preços baixos nos portos os produtores brasileiros estão evitando participar do mercado, o que está resultando no atraso do programa de exportação de milho brasileiro em 2024, com um line-up de apenas 1 milhões de toneladas pela frente.
“O que estamos vendo nesse momento é um atraso na comercialização, a comercialização para o mercado externo é pífia em relação aos anos anteriores. Temos preços hoje entre R$ 62,00 e R$ 64,00 e não tem interesse do produtor de muitas regiões. A gente precisaria ter de julho até janeiro uma exportação de 7 milhões de toneladas em média por mês para chegar em 50 milhões de toneladas”, afirma.
Nos cálculos de Rafael, seria necessário que o Brasil exportasse na casa de 50 milhões de toneladas nesta temporada, que se encerra em 31 de janeiro de 2025, para trazer um novo equilíbrio no cenário de oferta e demanda interna e poder vislumbrar alguma melhora nas cotações do cereal.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), a sexta-feira também se encerrou com movimentações negativas sendo registradas para os preços internacionais do milho futuro. Mesmo assim, as cotações internacionais conseguiram encerrar a semana acumulando leves elevações.
O vencimento julho/24 foi cotado à US$ 4,50 com desvalorização de 8,50 pontos, o setembro/24 valeu US$ 4,57 com baixa de 6,50 pontos, o dezembro/24 foi negociado por US$ 4,70 com perda de 5,75 pontos e o março/25 teve valor de US$ 4,81 com queda de 5,00 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação do fechamento da última quinta-feira (13) de 1,85% para o julho/24, de 1,40% para o setembro/24, de 1,21% para o dezembro/24 e de 1,03% para o março/25.
Já no acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram elevações de 0,28% para o julho/24, de 0,49% para o setembro/24, de 0,64% para o dezembro/24 e de 0,36% para o março/25, em relação ao fechamento da última sexta-feira (07).
Na visão de Roberto Carlos Rafael, a safra de milho dos Estados Unidos está batendo recordes de qualidade até este momento, o que pode indicar recordes também de produtividade e produção, o que vem pressionando o mercado.
Por outro lado, o analista alerta para a necessidade de acompanhar o mercado climáticos nos EUA, já que temperaturas altas e dias secos nos meses de julho e agosto podem afetar o enchimento de grãos dessas lavouras e trazer altas pontuais nas cotações.
“Isso é um fato que pode mexer com o mercado daqui para frente. Qualquer piora na qualidade pode dar a sensação de uma diminuição de produção e chegar o mercado um pouco para cima. Ou seja, vamos vivenciar em Chicago nesse momento o mercado climático da safra americana. O período que vamos ter entre julho e agosto para o enchimento de grãos vai ser primordial, se tivermos problema com tempo mais seco e temperaturas elevadas isso pode judiar da safra americana e ter uma depreciação na produção”, aponta Rafael.
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