B3 ignora fundamentos e fecha segunda-feira com milho recuando
A segunda-feira (22) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 57,68 e R$ 61,90, após recuarem até 0,7%.
O vencimento maio/24 foi cotado à R$ 57,71 com queda de 0,35%, o julho/24 valeu R$ 57,68 com perda de 0,21%, o setembro/24 foi negociado por R$ 59,05 com desvalorização de 0,72% e o novembro/24 teve valor de R$ 61,90 com baixa de 0,50%.
De acordo com o Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os movimentos do milho na B3 responderam ao mercado técnico e financeiro acima dos fundamentos, que poderiam elevar os preços na bolsa.
“Eles não estão levando em consideração o fundamento. O fundamento externo já está começando a melhorar, Chicago está chegando nos US$ 4,30 de base de suporte e indo pra cima. Esse milho tem folego para crescer e na hora que eles acordarem que o mercado vai ter uma oferta bem menor de milho em função da safra menor, que foi plantada uma área menor, e vamos continuar tendo uma demanda muito forte interna e externa, ele vai ter que virar porque senão nesses níveis o comprador não vai conseguir achar milho”, afirma Brandalizze.
Nesta segunda-feira (22), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume embarcado de milho não moído (exceto milho doce) alcançou 34.235,7 toneladas. O volume representa apenas 7,27% do total exportado no mês de abril do ano passado, que ficou em 470,805 toneladas.
A média diária de embarques até a terceira semana de abril/24 ficou em 2.282,4 toneladas, representando queda de 91,3% com relação a média diária embarcadas de abril do ano anterior, em ficou em 26,155 toneladas.
No mercado físico brasileiro o preço da saca de milho teve poucos altos e baixos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações em Sorriso/MT e em Dourados/MS, enquanto as valorizações apareceram nas praças de Não-Me-Toque/RS, Nonoai/RS e Castro/PR.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, favorecida pelo clima (chuvas intercaladas de dias ensolarados), a colheita da safra verão de milho já passou da metade no Brasil e a semeadura da segunda safra 2023/24 está praticamente finalizada.
“Nesse contexto, compradores seguem retraídos, indicando ter estoques e na expectativa de que o bom andamento das safras possa manter as cotações em baixa no spot nacional. Nem mesmo as recentes valorizações do dólar, que aumentam a paridade de exportação, foram suficientes para elevar os valores do cereal na última semana”, apontam os pesquisadores do Cepea.
Mercado Externo
Já na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro finalizaram o pregão de segunda-feira contabilizando movimentações positivas.
O vencimento maio/24 foi cotado à US$ 4,39 com elevação de 6,25 pontos, o julho/24 valeu US$ 4,49 com valorização de 6,75 pontos, o setembro/24 foi negociado por US$ 4,58 com alta de 6,75 pontos e o dezembro/24 teve valor de US$ 4,72 com ganho de 6,25 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (19), de 1,44% para o maio/24, de 1,52% para o julho/24, de 1,50% para o setembro/24 e de 1,34% para o dezembro/24.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho se beneficiaram de uma ronda de compras técnicas que foi parcialmente estimulada por uma ronda sólida de dados de inspeção das exportações, com a subida dos preços do trigo a prestar hoje um apoio adicional.
A análise da Agrinvest também destacou o dia de altas para dos futuros de grãos na Bolsa de Chicago.
“Pela manhã vimos a soja e o milho caindo, com o mercado observando as boas condições climáticas para os Estados Unidos, que devem manter o ritmo do plantio em sua normalidade nas próximas semanas. Por fim, os ganhos foram atrelados a forte valorização do trigo, que surpreendeu na sessão de hoje, com o mercado reagindo às condições climáticas adversas que vem ocorrendo sobre as lavouras do Hemisfério Norte”, relatam os analistas da Agrinvest.
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