Milho despenca 2,8% nesta sexta-feira, mas ainda se segura em semana positiva na B3
A sexta-feira (26) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram até 2,8% e flutuaram na faixa entre R$ 64,15 e R$ 65,45, mas ainda conseguiram acumular elevações semanais.
O vencimento março/24 foi cotado à R$ 65,45 com desvalorização de 2,85%, o maio/24 valeu R$ 65,38 com perda de 2,39%, o julho/24 foi negociado por R$ 65,00 com baixa de 2,40% e o setembro/24 teve valor de R$ 64,15 com queda de 2,06%.
No acumulado semanal, os contratos de cereal brasileiro contabilizaram ganhos de 0,08% para o março/24, de 0,43% para o maio/24, de 0,29% para o julho/24 e de 1,31% para o setembro/24, com relação ao fechamento da última sexta-feira (19).
As projeções da StoneX apontam para 15 milhões a menos de produção e 3 milhões a mais de consumo interno, o que são fatores altistas para o mercado nacional.
O Consultor de Gerenciamento de Risco da StoneX, Étore Baroni, ressalta, porém, que existem fatores internacionais que devem trazer peso para o milho no Brasil e manter as cotações pressionadas.
Baroni destaca uma produção grande nos Estados Unidos, que elevou bastante os estoques norte-americanos, e a retomada da produção de milho na Argentina nesta safra após as altas perdas do último ciclo. Na visão o consultor, esses fatores têm peso para compensar as perdas do Brasil, pressionar os preços internacionais e afetar negativamente a nossa paridade de exportação, que é o que vai balizar as cotações internas.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também recuou neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorizações, mas percebeu desvalorizações em Sorriso/MT, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Cândido Mota/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
Na análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho apresentou quedas nas cotações ao longo dessa semana. “Aos poucos, os valores vão cedendo, com uma oferta com volumes importantes em muitas regiões e com consumidores retraídos”.
Segundo a consultoria, “os compradores estão na retranca em vários estados, como em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Por outro lado, os produtores seguem fixando milho nessas regiões e retendo soja. Os consumidores ainda apontam para uma posição confortável em seus estoques”.
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O cenário mostra, como destaca a SAFRAS Consultoria, que “os produtores brasileiros tendem a novamente apostar mais na soja, vendendo o milho para liberar armazéns e buscar capitalização e segurando a oleaginosa. O produtor aposta em alguma intempérie na safra americana de soja e assim tende a ofertar mais o milho, trazendo pressão sobre as cotações”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também finalizaram as atividades desta sexta-feira com movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT)
O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,46 com baixa de 5,50 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,55 com perda de 5,50 pontos, o julho/24 foi negociado por US$ 4,63 com desvalorização de 5,75 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,68 com queda de 5,00 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (25), de 1,11% para o março/24, de 1,30% para o maio/24, de 1,28% para o julho/24 e de 1,06% para o setembro/24.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano contabilizaram apenas pequenas flutuações, caindo 0,22% para o maio/24 e para o julho/24, subindo 0,22% para o março/24 e se mantendo a estabilidade para o setembro/24, com relação ao fechamento da última sexta-feira (19).
Segundo informações da Agrinvest, os futuros de trigo operaram em forte queda na última sessão da semana e levaram o milho de carona. “Depois de voltar a operar acima dos US$ 6,00, o trigo é fortemente pressionado por uma rodada de vendas técnicas e realizações”.
O site internacional Successful Farming repercutiu o boletim informativo Grain Market Insider da Stewart-Peterson Inc., acrescentando o papel da melhora do clima na América do Sul para pressinar as cotações do milho nesta sexta-feira.
“O milho está sendo negociado em baixa hoje, já que o clima na América do Sul se tornou um pouco mais favorável no final do mês e, embora a demanda de exportação tenha aumentado, ainda está mais lenta do que os comerciantes esperavam”, disse o boletim.
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