Milho encerra 2023 com perda anual de 30% na Bolsa de Chicago, pior desempenho da década
Os preços futuros do milho na Bolsa de Chicago encerraram esta sexta-feira (29) com valores quase 30% menores que os do início de janeiro deste ano. Conforme apontou a Reuters, este foi o pior desempenho do cereal em um mesmo ano desta década, declínio anual mais acentuado desde 2013.
Enquanto o março/23 valia US$ 6,70/bushel na primeira sessão deste ano, o março/24, após queda de 3 pontos, fechou esta sexta-feira cotado a US$ 4,71/bushel. Ou seja, comparando os dois contratos mais negociados no início e final do ano, a redução foi de 29,7%.
Além do março/24, a CBOT fechou nesta sexta com queda de 2,75 pontos no maio/24 que foi a US$ 4,83/bushel, o julho/24 com redução de 2,25 pontos caindo para US$ 4,93 e o setembro/24 com diminuição de 1,5 ponto indo a US$ 4,97/bushel.
Como destacou a Reuters, as colheitas no Brasil e nos Estados Unidos ajudaram a compensar as perdas da safra argentina. Agora, no final do ano, a melhoria das chuvas da Argentina permitiu aos agricultores bons progressos na semeadura do milho, embora haja dúvidas quanto a as condições do Brasil.
De acordo com o Farm Progress, “a colheita inesperadamente grande nos EUA e uma concorrência acirrada no exterior têm sido enormes obstáculos nos últimos meses”. A projeção é de que “as exportações precisarão aumentar significativamente para mover o ponteiro em uma direção mais otimista no futuro”.
Cenário para 2024
Segundo análise da Agrinvest Commodities, o cenário para o milho em 2024 é bastante incerto. Ainda há dúvidas a respeito de qual será o tamanho da área plantada no próximo ano. A última pesquisa da consultoria indicou que as vendas de sementes estão 22 pontos abaixo da média dos últimos 3 anos. Além disso, deve ocorrer um aumento da área plantada de sorgo. Soma-se a isso a perspectiva de redução de investimento e atraso que reduzirão a produtividade.
Em relação às exportações, os custos logísticos serão maiores e a Argentina terá bastante milho para vender. Outra dúvida é em relação ao dólar, se continuará se desvalorizando ou não, pois a reforma fiscal, taxas de juros e volumes de exportações serão impulsionadores da moeda brasileira.
A Reuters também aponta que em 2024 os mercados agrícolas poderão enfrentar uma oferta mais restrita devido aos efeitos adversos do El Niño.
Os comerciantes estão monitorando se as chuvas recentes e as previstas para a próxima semana reduzirão os danos da seca nas regiões central e norte do Brasil.
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