Milho se apoia no dólar e em Chicago para fechar 6ªfeira em alta, mas semana fica estável
As sexta-feira (18) chegou ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 54,34 e R$ 65,40 e acumularam jornadas próximas da estabilidade ao longo da semana.
O vencimento setembro/23 foi cotado à R$ 54,34 com alta de 1,29%, o novembro/23 valeu R$ 57,79 com elevação de 0,94%, o janeiro/24 foi negociado por R$ 61,60 com ganho de 1,20% e o março/24 teve valor de R$ 65,40 com valorização de 1,43%.
No acumulado semanal, os contratos brasileiros do milho contabilizaram altas de 1,17% para o setembro/23 e de 0,34% para o março/24, além de queda de 0,47% para o novembro/23 e estabilidade para o janeiro/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (11).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 seguiu em alta acompanhando o dólar, que se firmou ao redor dos R$ 5,00, mesmo com leve recuou nesta sexta-feira, um patamar acima dos apresentados no mês anterior.
Brandalizze ainda destaca o papel de suporte das movimentações de alta de Chicago para os futuros brasileiros. “O milho pode ter um impacto ainda maior na safra em se confirmando essas duas semanas de calor extremo e sem chuvas nos Estados Unidos nessa safra de formação de espiga e enchimento de grão”, diz.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um último dia da semana positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou desvalorizações em nenhuma das praças pesquisadas, mas percebeu valorizações nas praças de Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nestas sexta-feira
De acordo com a análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou uma semana de leve declínio nos preços e de movimentação travada nos negócios. Conforme a SAFRAS Consultoria, a perspectiva de queda na safra norte-americana apontada na última semana pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) fez com que os produtores segurassem as fixações de venda do cereal. “Ainda assim, esse país deve colher ainda uma boa safra de milho, o que mantém um viés de queda para os preços internacionais do cereal e, consequentemente, no cenário doméstico”.
A consultoria ainda destaca que, “o andamento mais travado da colheita da safrinha de milho, com as chuvas nas últimas semanas em regiões produtoras como Paraná e São Paulo, bem como o fato de que a paridade de exportação do milho não estar recuando por enquanto, chegando nessa quinta-feira (17) ao patamar de R$ 62,00 para entrega em outubro, por conta do fator cambial, fez com que os produtores segurassem as fixações de venda do cereal”.
Segundo a SAFRAS Consultoria, os consumidores sinalizam um bom abastecimento de oferta para atender a demanda no curto prazo, o que contribuiu para que fossem pouco efetivos nas aquisições ao longo da semana.
“Apesar das poucas mudanças no preço durante a semana, os consumidores podem tentar forçar uma nova queda nos preços do milho, uma vez que a safra norte-americana apresenta melhores condições de desenvolvimento. Já no Brasil há ainda bons volumes de milho a serem colhidos na safrinha, acrescidos de fatores como as dificuldades de logística e a falta de espaços nos armazéns, o que pode aumentar a disponibilidade de oferta interna. Fatores como a questão cambial, com as votações de temas importantes como o Arcabouço Fiscal e a Reforma Tributária, assim como a alta no preço do diesel, devem seguir no radar do mercado de milho no curto prazo, o que pode novamente deixar os agentes de mercado cautelosos no que tange a negócios”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também encerraram a sexta-feira contabilizando movimentações no campo positivo da Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações acumularam elevações ao longo da semana.
O vencimento setembro/23 foi cotado à US$ 4,79 com ganho de 6,50 pontos, o dezembro/23 valeu US$ 4,93 com valorização de 7,25 pontos, o março/24 foi negociado por US$ 5,06 com elevação de 6,75 pontos e o maio/24 teve valor de US$ 5,14 com alta de 6,25 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (17), de 1,27% para o setembro/23, de 1,65% para o dezembro/23, de 1,40% para o março/24 e de 1,18% para o maio/24.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano, contabilizaram altas de 1,05% para o setembro/23, de 1,23% para o dezembro/23, de 1% para o março/24 e de 0,78% para o maio/24, em relação ao fechamento da última sexta-feira (11).
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho se beneficiaram de algumas compras técnicas de fim de semana e cobertura de vendas, impulsionadas em grande parte por uma venda relâmpago para o México anunciada esta manhã, junto com as previsões do tempo que apresentam tempo seco pelo menos na próxima semana e meia.
Exportadores privados anunciaram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a venda de 4,4 milhões de bushels de milho para entrega ao México durante a safra 2023/24, que começa em 1º de setembro.
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