Exportação de milho do Brasil pode ser recorde em agosto, estima Anec
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de milho do Brasil em agosto foi estimada nesta terça-feira em um intervalo de 7,8 milhões a 9,8 milhões de toneladas, volumes que colocariam os embarques brasileiros em patamares recordes, de acordo com dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
As projeções indicam que o Brasil poderá superar neste mês as exportações históricas de agosto de 2019 (7,67 milhões de toneladas). Em igual período do ano passado, os embarques ficaram próximos de 7 milhões de toneladas.
Agosto normalmente conta com a colheita da segunda safra já em estágio mais avançado, permitindo grandes exportações do cereal. Neste ano, além de uma produção recorde, o Brasil tem uma demanda adicional da China, o que fortalece os embarques do país, maior exportador global de milho.
Apesar do recorde, a Anec manteve a previsão de exportações de milho brasileiro em 2023 em 52 milhões de toneladas, o que apagaria a melhor marca anual anterior registrada em 2022 (44,7 milhões de toneladas).
Até agosto, os embarques brasileiros são estimados pela Anec em 24,2 milhões de toneladas. Isso significa que o Brasil deverá manter fortes as exportações nos últimos quatro meses do ano, próximas de 7 milhões de toneladas/mês, para que a projeção anual seja atingida.
SOJA
Já a exportação de soja brasileira neste mês foi prevista entre 7 milhões e 8,8 milhões de toneladas, também acima dos embarques de 5 milhões de toneladas de agosto de 2022, mas já abaixo das máximas mensais do ano de mais de 14 milhões de toneladas vistas no primeiro semestre, que concentra as vendas brasileiras da oleaginosa.
No caso da soja, a Anec aponta que os embarques de janeiro a agosto, estimados em 81,8 milhões de toneladas, poderão superar o volume registrado em todo do ano de 2022 (77,8 milhões de toneladas).
Para este ano, a Anec projeta exportação recorde de 99 milhões de toneladas de soja pelo Brasil, em meio à safra recorde e forte demanda, num ano em que o país registrou vendas até para Estados Unidos e Argentina, tradicionalmente grandes produtores.
A Argentina passou a ser importante destino da soja brasileira, à medida que a indústria argentina busca a matéria-prima para lidar com uma seca histórica que reduziu a safra.
Considerando todos os produtos (soja, milho, farelo de soja e trigo), as exportações do Brasil em agosto poderão saltar para 18,96 milhões de toneladas, versus 13,6 milhões no mesmo mês do ano passado e 16,8 milhões em julho, segundo a Anec.
(Com reportagem adicional de Ana Mano)
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