Pressão da colheita joga preços do milho na B3 para baixo nesta 4ªfeira
A quarta-feira (05) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 53,28 e R$ 63,15 após recuarem até 1,8%.
O vencimento julho/23 foi cotado à R$ 53,28 com queda de 0,86%, o setembro/23 valeu R$ 55,44 com desvalorização de 1,88%, o novembro/23 foi negociado por R$ 59,52 com baixa de 1,62% e o janeiro/24 teve valor de R$ 63,15 com perda de 1,02%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 segue a mesma tendência dos últimos dias e semanas, sentindo a pressão da safra que está chegando.
“Estamos avançando a colheita na faixa de 20% no Brasil e tem muito milho chegando. Isso é normal acontecer, até a gente colher essa safra e mandar boa parte dela embora, o mercado é pressionado”, avalia Brandalizze.
A Agrinvest também destaca que a pressão da colheita do milho safrinha começa a apertar ainda mais os preços do milho no Brasil, que operaram em queda nesta quarta-feira.
“A perspectiva é de uma colheita acima de 100 milhões de toneladas e, com a alta recente nos preços da soja, o mercado começa a se perguntar o que o produtor irá exportar primeiro. A eficiência logística e de armazenagem será muito questionada daqui para frente, pois é isso que irá, de certa forma, ditar qual vai ser o ritmo de escoamento da grande safra de grãos do Brasil”, diz a consultoria.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também recuou nesta quarta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorização em nenhuma das praças. Já as desvalorizações apareceram em Londrina/PR, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Cândido Mota/SP e Itapetininga/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o preço do milho seguiu andando de lado no mercado físico, com grandes compradores aguardando o aumento da oferta com a chegada da segunda safra, em Campinas/SP o cereal é comercializado na média de R$ 55,50/sc”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho manteve a lentidão nos negócios nesta quarta-feira. “A alta do dólar frente ao real pode contribuir para uma melhora dos negócios na exportação, muito embora no cenário doméstico a tendência seja de uma comercialização lenta. Os consumidores aguardam quedas maiores nos preços, na medida que a colheita da safrinha vai aumentando no Brasil”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro oscilaram bastante ao longo desta quarta-feira e encerraram o pregão com movimentações de campo misto na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento julho/23 foi cotado à US$ 5,48 com queda de 9,00 pontos, o setembro/23 valeu US$ 4,85 com perda de 2,75 pontos, o dezembro/23 foi negociado por SU$ 4,93 com estabilidade e o dezembro/24 teve valor de US$ 5,05 com elevação de 0,75 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (03), de 1,62% para o julho/23 e de 0,61% para o setembro/23, além de estabilidade para o dezembro/23 e de alta de 0,20% para o março/24.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, os preços do milho voltaram ao vermelho após algumas vendas técnicas pós-feriado, incorrendo em perdas moderadas no processo.
A publicação ainda destaca que, o último relatório de progresso da safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no final da tarde de segunda-feira, mostrou que a qualidade do milho aumentou ligeiramente na semana passada, com 51% da safra agora classificada em condições boas a excelentes até 2 de julho.
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