Milho fecha 2ªfeira recuando na B3 e de olho na chegada da safrinha
A segunda-feira (03) chega ao final com os preços futuros do milho praticamente estáveis na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 53,05 e R$ 62,23.
O vencimento julho/23 foi cotado à R$ 53,05 com queda de 0,75%, o setembro/23 valeu R$ 55,30 com baixa de 0,05%, o novembro/23 valeu R$ 59,20 com ganho de 0,05% e o janeiro/24 teve valor de R$ 62,23 com perda de 0,11%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 vem dando sinais de que a chegada da safrinha vai trazer novas pressões negativas para as cotações.
“Já estamos vendo, pelo Brasil a fora, grandes volumes de milho a céu aberto e a maior parte da colheita ainda está para chegar. Com isso a B3 vai ajustando para baixo”, diz.
Ao longo do mês de junho, o Brasil embarcou 1.034.282 de toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com o novo reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representa aumento de 4,54% diante das 989.299,5 toneladas exportadas em junho de 2022.
Com isso, a média diária de embarques ficou em 49.251,5 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 4,5% com relação as 47.109,5 do sexto mês de 2022.
"Historicamente, o fluxo de exportação é a partir de agosto, quando o milho da segunda safra chega ao mercado. Então é natural que, de agora em diante, a gente veja esses volumes de embarques crescendo e passando a girar o mercado”, aponta Anderson Galvão, da Céleres Consultoria.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um primeiro dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações apenas em Palma Sola/SC e São Gabriel do Oeste/MS. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Sorriso/MT, Rio Verde/GO, Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Itapetininga/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com a queda do valor do milho no mercado internacional e expectativa de oferta elevada, os preços continuaram recuando na sexta-feira, em Campinas/SP o cereal é negociado na média de R$ 55,50/sc”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, após registrar duas semanas de alta, os preços internos e externos do milho voltaram a cair.
“Em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea, como Mogiana/SP, Norte do Paraná e Dourados/MS, os valores médios de junho já são os menores do ano. No caso do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP), a atual média mensal é a menor, em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI de maio/23), desde maio de 2019”.
Segundo pesquisadores do Cepea, o movimento de queda reflete o avanço da colheita de segunda safra, que, apesar de atrasada na comparação com a temporada anterior, tem ganhado ritmo e deve ser intensificada na segunda quinzena de julho. Com isso, a demanda pelo cereal voltou a se enfraquecer, com compradores negociando de maneira pontual, apenas quando há necessidade.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também registrou recuos para a maior parte das cotações dos preços internacionais do milho futuro nesta segunda-feira.
O vencimento julho/23 foi cotado à US$ 5,57 com elevação de 2,75 pontos, o setembro/23 valeu US$ 4,88 com queda de 0,50 pontos, o dezembro/23 foi negociado por US$ 4,93 com baixa de 1,25 pontos e o março/24 teve valor de US$ 5,04 com perda de 2,00 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (30), de 0,20% para o dezembro/23 e de 0,40% para o março/24, além de estabilidade para o setembro/23 e de alta de 0,54% para o julho/23.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho desfrutaram de ganhos moderados durante a noite, que quase evaporaram no fechamento de segunda-feira, terminando a sessão com resultados mistos.
Antes do relatório de progresso da safra desta tarde do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os analistas esperam que a agência apresente uma melhoria de um ponto nas classificações de qualidade do milho, com 51% da safra em condições boas a excelentes até 2 de julho. As estimativas comerciais individuais variaram entre 49 % e 53%.
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