Milho fecha semana negativa na B3 despencando até 9,4% no acumulado
A sexta-feira (14) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações subiram e flutuaram na faixa entre R$ 73,97 e R$ 76,81, mas não conseguiram impedir a desvalorização semanal de até 9,4%.
O vencimento maio/23 foi cotado à R$ 73,97 com valorização de 1,16%, o julho/23 valeu R$ 74,40 com alta de 0,38%, o setembro/23 foi negociado por R$ 74,80 com ganho de 0,62% e o novembro/23 teve valor de R$ 76,81 com elevação de 0,58%.
Na comparação semanal, os preços do cereal brasileiro acumularam desvalorizações de 7,19% para o maio/23, de 7,24% para o julho/23, de 6,62% para o setembro/23 e de 9,40% para o novembro/23, em relação ao fechamento da última quinta-feira (06).
O analista Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, explica que as cotações do milho na B3 tiveram uma sexta-feira de correções técnicas após as grandes baixas acumuladas ao longo da semana.
Já olhando para o cenário atual, Rafael relata que a combinação de estoques maiores do que o esperado na virada de 2022 para 2023, boa produção da safra de milho verão, safra cheia de soja e boas perspectivas para a safrinha brasileira é a responsável pelas intensas quedas nos preços do milho no Brasil.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um último dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorizações em nenhuma das praças, mas identificou desvalorizações em Não-Me-Toque/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT, Eldorado/MS, Machado/MG, Cândido Mota/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
Segundo a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com o aumento da oferta de milho no mercado, o cereal segue sendo pressionado e é comercializado na média de R$ 77,00/sc em Campinas/SP”.
Para a SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou novos movimentos de queda nos preços ao longo da semana, com os consumidores seguindo retraídos nas aquisições, apostando em uma colheita forte na segunda safra e realizando apenas compras pontuais para atender as necessidades mais urgentes de demanda.
“Os produtores, por sua vez, seguem ofertando grandes volumes do cereal para venda, necessitando de espaços nos armazéns para estocar a safra de soja, o que acaba contribuindo para pressionar ainda mais as cotações no cenário doméstico”, aponta.
De acordo com a SAFRAS Consultoria, o movimento de valorização do real frente ao dólar nos últimos dias também afetou o ritmo de comercialização do milho, contribuindo para uma queda nas cotações dos portos envolvendo negócios futuros para a safrinha de milho.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro encerraram a sexta-feira contabilizando movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT) e acumulando altas na comparação semanal.
O vencimento maio/23 foi cotado à US$ 6,66 com valorização de 14,00 pontos, o julho/23 valeu US$ 6,35 com alta de 10,25 pontos, o setembro/23 foi negociado por US$ 5,67 com ganho de 6,75 pontos e o dezembro/23 teve valor de US$ 5,60 com elevação de 6,25 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (13), de 2,15% para o maio/23, de 1,60% para o julho/23, de 1,07% para o setembro/23 e de 1,27% para o dezembro/23.
Na comparação semanal, os preços do cereal norte-americano acumularam valorizações de 3,58% para o maio/23, de 2,58% para o julho/23, de 0,53% para o setembro/23 e de 0,72% para o dezembro/23, em relação ao fechamento da última quinta-feira (06).
Roberto Carlos Rafael destaca que o movimento de compras de milho dos Estados Unidos pela China foi o responsável pelas elevações nas cotações do cereal na Bolsa de Chicago nos últimos dias, mas o analista enxerga um cenário baixista também no mercado internacional.
O analista pontua que, uma safra norte-americana dentro dos padrões normais já deverá ser suficiente para elevar os estoques dos EUA dos atuais 35 dias para mais de 50 dias e derrubar os preços do milho em Chicago para menos de US$ 5,00 o bushel.
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