Milho: Chicago fecha semana de volatilidade acumulando valorizações
A sexta-feira (17) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 85,65 e R$ 87,77 e acumularam operações em campo misto ao longo da semana.
O vencimento maio/23 foi cotado à R$ 86,39 com desvalorização de 0,41%, o julho/23 valeu R$ 86,79 com queda de 0,36%, o setembro/23 foi negociado por R$ 85,65 com baixa de 0,01% e o novembro/23 teve valor de R$ 87,77 com perda de 0,26%.
Na variação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam quedas de 0,69% para o março/23 e de 0,97% para o maio/23, além de altas de 0,50% para o julho/23, de 0,43% para o setembro/23 e de 0,16% para o novembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (10).
Para o analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene, apesar dos fundamentos altistas do mercado internacional, os preços do milho no Brasil seguem pressionados pela perspectiva de alta produção na segunda safra do país, mesmo diante dos atrasos de plantio.
Na opinião de Sene, os dois próximos meses vão ser cruciais para definição do potencial produtivo da safrinha de milho 2023 e, consequentemente, do patamar de preços do milho no país, já que uma redução na projeção de produção pode trazer impulso às cotações.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um último dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas em Brasília/DF e Porto de Santos/SP. Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR e Eldorado/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico do milho os negócios não avançam, a demanda encontra-se retraída e parte dos vendedores não se sentem atraídos para ofertar, o que mantém o cereal na casa dos R$ 85,50/sc em Campinas/SP”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho seguiu bastante travado ao longo da semana. “Os elevados fretes seguem limitando uma maior movimentação nos negócios, uma vez que a logística segue focada na colheita e no escoamento da safra de soja”.
Segundo a SAFRAS Consultoria, os consumidores até tentaram forçar novas baixas de preço, mas com pouco êxito, uma vez que os produtores seguem limitando as fixações de venda do cereal. “Com o spread elevado entre a compra e a venda, especialmente em São Paulo e no Paraná, o mercado permanece bem arrastado”, apontam analistas de SAFRAS.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro encerraram a sexta-feira somando novas movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT) e acumulando flutuações altistas ao longo da semana.
O vencimento maio/23 foi cotado à US$ 6,34 com alta de 1,50 pontos, o julho/23 valeu US$ 6,17 com ganho de 1,50 pontos, o setembro/23 foi negociado por US$ 5,68 com elevação de 1,25 pontos e o dezembro/23 teve valor de US$ 5,61 com valorização de 2,75 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (16), de 0,32% para o maio/23, de 0,16% para o julho/23, de 0,18% para o setembro/23 e de 0,54% para o dezembro.
Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam elevações de 0,48% para o março/23, de 2,76% para o maio/23, de 1,82% para o julho/23, de 0,53% para o setembro/23 e de 0,72% para o dezembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (10).
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho em Chicago subiam nesta sexta-feira, após uma semana tensa marcada por turbulência no setor bancário, alta demanda por exportações de milho dos Estados Unidos e um prazo pendente para a extensão de um período de guerra Acordo de grãos do Mar Negro.
A publicação destaca que, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) fez seu quarto anúncio diário consecutivo de vendas de milho da safra antiga dos EUA para a China, totalizando 2,1 milhões de toneladas em quatro dias.
“Acho que continuaremos a ver as exportações de milho aumentando e acho que isso ajudará a sustentar os preços do milho”, disse Jack Scoville, analista do Price Futures Group em Chicago.
Além disso, um dólar mais fraco deu algum suporte às commodities dos EUA, já que o apetite pelo risco voltou após as medidas esta semana para fortalecer o setor bancário, com a atenção voltada para a reunião de política de taxa de juros do Federal Reserve dos EUA na próxima semana.
Por fim, Cassandra Garrison da Reuters Chicago, relata que os mercados de grãos também monitoram as negociações para manter um canal de embarque de grãos da Ucrânia, com uma pressão russa por uma duração reduzida criando dúvidas antes do prazo final de sábado.
“A Ucrânia insiste em uma extensão de 120 dias de um acordo que permite a exportação segura de grãos dos portos do Mar Negro, disse o primeiro-ministro Denys Shmyhal, depois que o Kremlin repetiu anteriormente sua posição de uma extensão de 60 dias”, diz Garrison.
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