USDA e Argentina sustentam futuros do milho acumulando alta de 3,2% em Chicago
A sexta-feira (13) chegou ao final com os preços futuros do milho levemente recuados na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,00 e R$ 92,15 e acumularam recuo semanal para o primeiro vencimento, mas avanços para os demais.
O vencimento janeiro/23 foi cotado à R$ 87,00 com desvalorização de 0,61%, o março/23 valeu R$ 92,15 com baixa de 0,38%, o maio/23 foi negociado por R$ 91,90 com perda de 0,11% e o julho/23 teve valor de R$ 89,35 com queda de 0,08%.
Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam queda, de 1,21% para o janeiro/23, mas ganhos de 0,70% para o março/23, de 1,50% para o maio/23 e de 0,11% para o julho/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (06).
As cotações do milho seguem lateralizadas neste início de 2023, mas sustentadas com uma redução na produção do Rio Grande do Sul e, principalmente, nas exportações que bateram recorde em 2022, começaram o ano novamente fortes com projeção entre 3 e 3,5 milhões de toneladas para janeiro e fevereiro e expectativa de renovar o recorde ao final do ano, com algo entre 49 e 50 milhões de toneladas embarcadas.
Os números são da Céleres Consultoria e indicam um cenário, que o analista Enílson Nogueira classifica como positivo para o produtor brasileiro que ainda não vendeu mais do que 15 ou 20% da safra avance com a comercialização em busca de bons preços médios.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho mais diminuiu do que cresceu neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Porto Santos/SP. Já as desvalorizações apareceram em Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Campo Grande/MS, Itapetininga/SP e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o milho vai encerrando a semana sendo comercializado na média de R$ 87,00/sc no spot de Campinas/SP, a forte queda da moeda norte-americana no período deixa o mercado atento a possíveis quedas no cereal”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho vivenciou mais uma semana com fluxos de negócios inexpressivos em boa parte dos estados, em meio ao cenário de oferta ainda discreto.
“Os preços, porém, seguiram sustentados pelas preocupações em torno dos baixos estoques de passagem, determinados pelo forte movimento de exportação registrado pelo milho brasileiro ao longo de todo o ano de 2022 e, também, em janeiro, mês que marca o encerramento do ano comercial”, destaca.
Segundo a SAFRAS Consultoria, em meio às preocupações climáticas registradas em alguns estados, como o Rio Grande do Sul, afetando a produção de verão, somada à concentração logística voltada à colheita e ao escoamento da soja, a partir de fevereiro próximo, o abastecimento interno do cereal no primeiro semestre deverá ser bastante complicado.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou o último pregão da semana contabilizando movimentações positivas para os preços internacionais do milho futuro, que acumularam valorizações semanais.
O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,75 com elevação de 4,00 pontos, o maio/23 valeu US$ 6,73 com ganho de 4,25 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,63 com valorização de 2,25 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 6,14 com alta de 1,25 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (12), de 0,60% par ao março/23, de 0,60% para o maio/23, de 0,30% para o julho/23 e de 0,16% para o setembro/23.
Já na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam valorizações de 3,21% para o março/23, de 2,91% para o maio/23, de 2,31% para o julho/23 e de 1,32% para o setembro/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (06).
Segundo informações da Agência Reuters, o milho atingiu o pico de 1 semana e meia em compras subsequentes, após dados otimistas de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no dia anterior e preocupações com o mau tempo sul-americano.
“Os mercados ganharam mais de 2% desde que o USDA cortou inesperadamente suas estimativas de colheita dos EUA para 2022 em um relatório mensal na quinta-feira e previu suprimentos mais apertados do que os traders esperavam”, destaca Karl Plume da Reuters Chicago.
A publicação ainda aponta que, os traders também se concentraram no clima adverso da safra na América do Sul e acertaram as posições antes de um fim de semana de três dias, com os mercados dos EUA fechados na segunda-feira devido ao feriado do Dia de Martin Luther King Jr.
“É um pouco de continuação da compra de ontem e um pouco de posicionamento antes do longo fim de semana. Não tenho certeza se você quer ficar sem milho e soja entrando em um fim de semana prolongado durante um mercado climático na América do Sul”, disse à Reuters, Craig Turner, um corretor de grãos da StoneX.
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