Milho sente pressão do dólar nesta 3ªfeira e cotações recuam na B3
A terça-feira (10) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações em campo misto na Bolsa Brasileira (B3), mas com mais recuos do que avanços. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,96 e R$ 92,72.
O vencimento janeiro/23 foi cotado à R$ 87,96 com queda de 0,44%, o março/23 valeu R$ 92,72 com baixa de 0,17%, o maio/23 foi negociado por R$ 92,00 com ganho de 0,27% e o julho/23 teve valor de R$ 89,50 com perda de 0,47%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 teve leve queda nesta terça-feira atrelada ao movimento de dólar.
“Ontem o dólar estava entre R$ 5,26 e R$ 5,28 e hoje estava abaixo disso. Então a B3 está espelhando a questão cambial e fica o alerta ao produtor, que este ano será um ano muito nervoso com relação à câmbio. Tudo o que vier de Brasília trará muita instabilidade e, certamente, o câmbio vai flutuar”, afirma Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho se movimentou pouco neste segundo dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações apenas em Tangará da Serra/MT e Campo Novo do Parecis/MT. Já as desvalorizações apareceram somente nas praças de Cascavel/PR e Porto Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com o mercado em calmaria e de olho no tempo seco no Rio Grande do Sul, o milho inicia a semana sendo comercializado na média de R$ 87,00/sc no mercado físico de Campinas/SP”.
Enquanto isso, o plantio da segunda safra de milho já começou no Paraná, com a semeadura de 13.283 hectares, totalizando 1% dos 2.643.860 esperados para o ciclo.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT), que abriu o dia recuando, teve uma leve recuperação ao longo desta terça-feira para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,55 com elevação de 2,25 pontos, o maio/23 valeu US$ 6,54 com ganho de 1,50 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,48 com alta de 0,75 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 6,05 com queda de 0,25 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (09), de 0,46% para o março/23, de 0,15% para o maio/23 e de 0,15% para o julho/23, além de estabilidade para o setembro/23.
O analista Vlamir Brandalizze destaca que esta leve recuperação se deu diante de fundamentos bons para o milho.
“Há um déficit de milho em 2023 de 50 milhões de toneladas na oferta porque teve queda na safra norte-americana, na safra de Ucrânia, na safra da Rússia e na Argentina. Esse milho vai fazer falta em 2023, porque só vai ter milho novo no hemisfério norte, praticamente, em final de outubro e novembro”, afirma.
Para Brandalizze, essa situação dá suporte ao milho na faixa de US$ 6,50 o bushel e ainda dá espaço para trabalhar ainda melhor. “Certamente quando a China voltar do feriadão deles vai trazer demanda pelo milho e dar mais fôlego lá em Chicago”.
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