Milho: seca no RS e exportações impulsionam alta de 1,5% na B3 nesta 2ªfeira
A segunda-feira (09) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 88,35 e R$ 92,88.
O vencimento janeiro/23 foi cotado à R$ 88,35 com alta de 0,32%, o março/23 valeu R$ 92,88 com valorização de 1,50%, o maio/23 foi negociado por R$ 91,75 com ganho de 1,34% e o julho/23 teve valor de R$ 89,92 com elevação de 0,75%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro de milho segue de olho na seca do Rio Grande do Sul, com o mercado gaúcho firme na faixa de R$ 96,00 no porto de Rio Grande para exportação de março e o mercado paranaense mais calmo com a safra do estado andando bem.
“O mercado está na calmaria. Esta semana o setor de rações pode retornar aos negócios e voltar a agitar as coisas que estavam muito lentas na semana passada. O milho é pouco movimentado no curto prazo, mas há muita busca para o milho do segundo semestre, da safrinha de 2023”, diz Brandalizze.
As exportações brasileiras de milho, que encerraram 2022 batendo recorde com mais de 43 milhões de toneladas embarcadas, começaram janeiro de 2023 novamente aquecidas. De acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país exportou 1.876.579,2 toneladas de milho não moído (exceto milho doce).
Sendo assim, o volume acumulado nestes apenas nestes 5 primeiros dias úteis do mês já representa 68,67% do que o total de 2.732.473,6 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de janeiro de 2022.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve leves ganhos. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Brasília/DF. Já as valorizações apareceram nas praças de São Gabriel do Oeste/MS, Campinas/SP e Porto Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, neste começo de ano, agentes consultados pelo Cepea estão atentos às perdas de produtividade previstas para as lavouras de primeira safra, sobretudo do Sul do País, mas também à possibilidade de colheita recorde na segunda safra.
“Mesmo com o consumo doméstico também recorde, é de se esperar excedente elevado, o que, por sua vez, deve manter as exportações de milho em volumes históricos em 2023”, opina o Cepea.
Para a primeira safra, o comunicado destaca que “o baixo volume de chuvas e as altas temperaturas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina vêm prejudicando o desenvolvimento das lavouras”.
Por enquanto, a Conab aponta produção de 27,22 milhões de toneladas, 9% acima da temporada anterior, mesmo com a redução em 3% da área, mas estes números devem ser ajustados negativamente.
Já para a segunda safra, por enquanto, a Conab estima produção de 96,27 milhões de toneladas e para a terceira, de 2,33 milhões de toneladas. Com isso, a produção brasileira total em 2022/23 é projetada em 125,82 milhões de toneladas pela Conab.
“Quanto aos preços, ainda que os atuais valores do milho operem em patamares inferiores aos registrados no início de 2022, a oferta mundial enxuta, o ritmo forte das exportações brasileiras e os baixos estoques de passagem já vêm dando sustentação às cotações domésticas desde o segundo semestre de 2022”, relatam os técnicos do Cepea.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou as atividades desta segunda-feira com poucas movimentações e os preços internacionais do milho futuro levemente negativas.
O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,52 com desvalorização de 1,25 pontos, o maio/23 valeu US$ 6,53 com baixa de 1,00 ponto, o julho/23 foi negociado por US$ 6,47 com queda de 1,00 ponto e o setembro/23 teve valor de US$ 6,05 com perda de 0,75 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (06), de 0,31% para o março/23, de 0,15% para o maio/23, de 0,15% para o julho/23 e de 0,17% para o setembro/23;
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho sofreram influências opostas dos investidores pesando a produção reduzida pelo clima em algumas áreas da América do Sul contra a demanda morna por suprimentos dos Estados Unidos.
A publicação destaca que, a volatilidade do mercado de grãos foi limitada, já que os traders aguardam a divulgação das estimativas globais de oferta e demanda de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com projeção de que o USDA corte a produção de milho e soja para a Argentina atingida pela seca, mas também eleve sua estimativa de suprimentos de grãos EUA.
“A questão que entra no relatório é se o USDA reduzirá a produção sul-americana e fornecerá números suficientes para compensar o enfraquecimento da demanda que o mercado já construiu”, disse à Reuters, Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics.
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