Milho encerra semana em alta na B3 e em Chicago mantendo foco sobre clima na AMS
Os preços do milho voltaram a subir na B3 e fechou com ganhos de 0,05% a 0,24% entre as posições mais negociadas no pregão desta sexta-feira (23). Com esses ganhos, o março termina a semana sendo cotado a R$ 92,50 e o maio a R$ 91,79 por saca. O mercado na B3 subiu também acompanhando as altas do cereal na Bolsa de Chicago, que fechou o pregão com bons ganhos na carona das demais commodities, em especial o petróleo.
No Brasil, um dos focos continua sendo as adversas condições de clima para regiões importantes de produção de milho verão, além de uma demanda boa ainda pelo grão brasileiro para exportação. A situação mais grave ainda está concentrada no Rio Grande do Sul, com perda importante de potencial produtivo, além do tempo seco que se observa também em estados como Minas Gerais e Goiás, por exemplo.
A falta de chuvas na Argentina também está no radar dos traders eas previsões continuam mostrando poucas chuvas para quase todo o país nos próximos dias.
"Os modelos GFS e o europeu mantêm suas previsões de chuvas leves na Argentina neste final de semana e, pontualmente, ao
longo da última semana do ano, entretanto, a maior parte do território argentino segue com indicações de clima seco. Para o Brasil, clima seco é indicado somente no sudoeste do Rio Grande do Sul", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
O que limitou as altas do milho na B3, por outro lado, foi a baixa do dólar frnete ao real nesta sexta. A moeda americana terminou o dia com R$ 5,17, perdendo 0,30%.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho terminaram o dia subindo entre 0,75 e 5,75 pontos nos principais vencimentos, levando o março a US$ 6,66 e o maio a US$ 6,65 por bushel. O milho foi na carona do trigo e da soja - que fecharam o dia com mais de 10 pontos de alta nos principais contratos.
A sexta-feira foi de altas generalizadas para as commodities, com os ganhos do petróleo que se intensificaram depois das notícias de que a Rússia deverá cortar sua produção.
"A Rússia pode reduzir a produção de petróleo em 5% a 7% no início de 2023, uma vez que responde aos limites de preços, disse a agência de notícias RIA, citando o vice-primeiro-ministro Alexander Novak na sexta-feira", informou a agência de notícias Reuters.
O clima na América do Sul, assim como no Brasil, também está no radar dos traders e dá suporte às cotações do cereal negociado na CBOT. Sem a Ucrânia - ou ao menos com sua logística limitada - o milho brasileiro tem sido bastante demandado e concorre diretamente com o norte-americano.
"O programa americano de milho começou a ganhar algum impulso. Não há muitas ofertas na América do Sul, provavelmente, a demanda terá que migrar para os EUA". explica a equipe da Agrinvest Commodities. "E como no caso do milho, o trigo americano está muito caro".
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