B3 sente pressão de vendas e milho recua 1% nesta segunda-feira
A segunda-feira (19) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações baixistas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 89,01 e R$ 95,73.
O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 89,01 com desvalorização de 1,08%, o janeiro/23 valeu R$ 92,99 com perda de 0,55%, o março/23 foi negociado por R$ 95,82 com baixa de 0,70% e o maio/23 teve valor de R$ 95,73 com queda de 0,53%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado começa a olhar a safra brasileira com o plantio da safra de verão bem avançado e, com o plantio da soja dessecando agora em setembro, o Brasil também deve ter muito milho na safrinha.
“O pessoal também está vendendo milho para fazer dinheiro porque sabe que se plantar a soja agora, lá para dezembro e janeiro já tem que estar com o armazém livre, não dá pra deixar pra vender tudo no final do ano”, aponta Brandalizze.
O Brasil exportou 3.730.147,6 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até aqui no mês de setembro, de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Sendo assim, o volume acumulado nos 11 primeiros dias úteis do mês já ultrapassa em 30,87% o total de 2.850.171,7 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de setembro de 2021.
No mesmo período, o Brasil importou 254.113 toneladas de milho. Isso significa que, nos 11 primeiros dias úteis do mês, o país recebeu 62,3% do total registrado em setembro de 2021 (407.379,2 toneladas). Sendo assim, a média diária de importação foi de 23.101,2 toneladas contra 19.399 do mesmo mês do ano passado, aumento de 19,1%.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve mais perdas do que ganhos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Palma Sola/SC e Amambai/MS. Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico, a sexta-feira encerrou com baixa nos volumes de negócios, o que manteve a saca do cereal próxima dos R$ 84,50 em Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, “o forte ritmo da exportação brasileira, a alta dos preços internacionais e estimativa apontando queda na produção mundial de milho sustentaram as cotações do cereal ao longo da semana passada”.
Pesquisadores do Cepea ponderam que o movimento de alta ainda foi limitado pela resistência de compradores, que priorizam a utilização dos estoques. “Esses demandantes estão no aguardo de desvalorizações, fundamentados no andamento da colheita nos EUA e na consequente possibilidade de redução dos embarques brasileiros”.
Mercado Externo
Já Bolsa de Chicago (CBOT) abriu o primeiro dia da semana com os preços internacionais do milho futuro operando no campo negativo pelo quinto pregão consecutivo, mas ganhou um pouco de força ao longo do dia e encerrou as atividades levemente positiva.
O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,78 com valorização de 1,00 ponto, o março/23 valeu US$ 6,83 com alta de 0,50 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,84 com ganho de 0,75 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,78 com elevação de 1,00 ponto.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (16), de 0,15% para o dezembro/22, de 0,15% para o maio/23 e de 0,15% para o julho/23, além de estabilidade para o março/23.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho oscilaram pouco em uma sessão, por muitas vezes, instável hoje, mas no final terminaram estáveis para um pouco mais altos no fechamento.
As inspeções de exportação de milho foram moderadamente acima do total da semana anterior, movendo-se para 21,6 milhões de bushels. Porém, esse volume foi na extremidade inferior das estimativas de comércio, que variaram entre 14,8 milhões e 31,5 milhões de bushels.
Antes do próximo relatório de progresso da safra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado na tarde de segunda-feira, os analistas esperam ver classificações estáveis do milho para a semana encerrada em 18 de setembro, com 53% da safra em condições boas a excelentes. A colheita deve passar de 5% concluída há uma semana para 10% até domingo.
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