Milho recua em Chicago com financeiro, mas consolida valorização de 9% ao longo de agosto
A quarta-feira (31) chega ao final com os preços futuros do milho registrando poucas movimentações na Bolsa Brasileira (B3), mas em sua maioria, flutuações negativas. As principais cotações fecharam o pregão na faixa entre R$ 85,50 e R$ 96,70.
O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 85,50 com queda de 0,06%, o novembro/22 valeu R$ 89,80 com perda de 0,10%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 94,00 com ganho de 0,10% e o março/23 teve valor de R$ 96,70 com baixa de 0,05%.
Já no acumulado mensal de agosto, os preços do cereal brasileiro contabilizaram elevações de 2,31% para o novembro/22, de 3,90% para o janeiro/23 e de 5,10% para o março/23, além de recuo de 0,06% para o setembro/22, com relação ao fechamento do dia 29 de julho.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 seguiu a lógica do mercado externo, mas poderia estar positiva pelo dólar em alta que acaba compensando as perdas lá de fora e até um pouco mais.
“O mercado brasileiro está mais firme do que estava ontem, mas não vamos ter uma disparada. Ano passado o pessoal vendeu milho à R$ 110,00 em ano de safrinha de 60 milhões de toneladas e necessidade de importar milho, mas esse ano a situação é inversa com 87 milhões de toneladas, recorde de volume, e ainda tem muito milho para negociar”, pontua Brandalizze.
Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve uma quarta-feira positiva. Não foi identificada nenhuma desvalorização pelo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, mas foram percebidas valorizações em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS, Oeste da Bahia e Luís Eduardo Magalhães/BA.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico, a saca em Campinas/SP segue negociada firme na média dos R$ 84,00, influenciada principalmente pela expressiva valorização do dólar”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve uma quarta-feira de negócios travados no Brasil. “Por um lado, a alta do dólar frente ao real é positiva para as exportações do milho. Por outro, a queda de preços na Bolsa de Mercadorias de Chicago, em meio ao sentimento de aversão ao risco, que derruba os preços do petróleo e dos mercados inflacionários, deixa os agentes na defensiva, gerando tom de cautela no mercado”.
A queda da Bolsa de Chicago (CBOT) no decorrer do dia acabou travando as negociações voltadas à exportação, destacou a SAFRAS Consultoria. “Do ponto de vista do abastecimento, o final de setembro segue como data relevante, considerando o vencimento de dívidas do produtor rural, que pode estimular as negociações de milho”, aponta SAFRAS.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou o pregão desta quarta-feira contabilizando novas movimentações negativas para os preços futuros do milho, mas acumulou elevações ao longo do mês de agosto.
O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,73 com baixa de 6,00 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 6,70 com desvalorização de 6,75 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,76 com perda de 6,75 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,78 com queda de 6,25 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última terça-feira (30), de 0,88% para o setembro/22, de 1,03% para o dezembro/22, de 1,02% para o março/23 e de 0,88% para o maio/23.
Já no acumulado mensal de agosto, os contratos do cereal norte-americano contabilizaram valorizações de 9,25% para o setembro/22, de 8,06% para o dezembro/22, de 7,99% para o março/23 e de 7,62% para o maio/23, com relação ao fechamento do dia 29 de julho.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos caíram pela segunda sessão nesta quarta-feira devido à realização de lucros no final do mês e às crescentes preocupações com a recessão, mas o mercado estava a caminho de um forte ganho mensal devido à erosão nas perspectivas de safra dos Estados Unidos e da Europa.
A publicação destaca que, o milho foi pressionado porque os traders registraram lucros depois que o contrato de dezembro atingiu uma alta de dois meses na segunda-feira. Uma ampla queda nos mercados de commodities e financeiros também pesou sobre os preços.
“O macroambiente continua negativo para a agricultura esta semana”, disse Charles Branch, chefe de commodities agrícolas da Britannia Global Markets.
Ainda assim, para o mês, o milho CBOT registrou uma alta de 9%, uma vez que a seca ameaçava as perspectivas de safra em partes do Centro-Oeste dos Estados Unidos e da Europa.
“Estamos começando um rali pós-colheita”, disse Jack Scoville, vice-presidente do Price Futures Group, com sede em Chicago.
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