Perdas nos EUA, China e Europa alavancam milho que tem alta semanal de 6,7% em Chicago e 3,2% na B3
A sexta-feira (26) termina de maneira altista para os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações ficaram no campo positivo ao longo de todo o pregão e encerraram o dia flutuando na faixa entre R$ 86,85 e R$ 96,85.
O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 86,85 com valorização de 2,41%, o novembro/22 valeu R$ 90,15 com alta de 2,41%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 93,99 com ganho de 2,22% e o março/23 teve valor de R$ 96,85 com elevação de 2,05%.
Na comparação semanal, os preços do cereal brasileiro acumularam valorizações de 2,16% para o setembro/22, de 1,86% para o novembro/22, de 1,93% para o janeiro/23 e de 3,24% para o março/23, diante do fechamento da última sexta-feira (19).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho está sentindo a seca que já afetou as lavouras da China, causou estragos violentos na Europa e está avançando em regiões dos Estados Unidos. Isso refeltiu também na B3, já que as condições de safra mundiais não são boas.
“O mercado chega ao final da semana dando sinais de que na semana que vem ele pode continuar positivo. A seca da China, principalmente, deve ganhar corpo na semana que vem e vai afetar as lavouras que estão em florescimento e podem ter perda de 20 milhões de toneladas”, avalia Brandalizze.
Já o mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou poucas movimentações neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações apenas em Amambai/MS e Porto de Santos/SP. Já as valorizações apareceram nas praças de Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Campo Novo do Parecis/MT e Dourados/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “mesmo próximo ao término da colheita e com a possibilidade de maior oferta, a saca em Campinas/SP volta a ser comercializada acima dos R$ 83,00, com a demanda mostrando força”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho apresentou preços de estáveis a mais altos nessa semana, predominantemente. “As cotações foram sustentadas nos portos primeiramente por altas para o cereal na Bolsa de Chicago (CBOT) e isso também foi visto ao produtor no físico. Com um ótimo andamento das exportações, o mercado nacional encontra sustentação”.
Segundo a SAFRAS Consultoria, a movimentação das tradings no mercado permanece intensa, novamente com indicação de bom fluxo de negócios. “Nesse ambiente segue imprescindível acompanhar a movimentação da Bolsa de Chicago e as flutuações cambiais. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina o fator frete ainda torna o milho oneroso aos consumidores desses estados”, comenta a consultoria.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também finalizou o último pregão da semana contabilizando movimentações altistas para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,68 com elevação de 11,25 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 6,64 com valorização de 14,25 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,69 com alta de 13,75 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,70 com ganho de 13,75 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (25), de 1,67% para o setembro/22, de 2,15% para o dezembro/22, de 1,98% para o março/23 e de 2,13% para o maio/23.
Já na comparação semanal, os preços do cereal norte-americano acumularam valorizações de 6,71% para o setembro/22, de 6,58% para o dezembro/22, de 6,19% para o março/23 e de 5,85% para o maio/23, diante do fechamento da última sexta-feira (19).
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho da Bolsa de Chicago subiram nesta sexta-feira devido a preocupações com os rendimentos dos Estados Unidos e à medida que os comerciantes aguardam os resultados finais de uma grande turnê de safras no Centro-Oeste dos EUA.
“Agricultores e comerciantes de commodities estão acompanhando de perto o Pro Farmer Midwest Crop Tour em um momento em que colheitas abundantes nos EUA são necessárias para compensar a baixa oferta global de grãos. A turnê descobriu que áreas de cultivo ocidentais como Nebraska e Dakota do Sul sofreram o impacto do clima quente e seco neste verão”, aponta Tom Polansek da Reuters Chicago.
Os traders estão observando para ver como os números da Pro Farmer se comparam às estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA. Os comerciantes também querem ver até que ponto as colheitas no centro-oeste oriental podem compensar os danos às colheitas no oeste.
“Acho muito difícil. Iowa parece muito variável”, disse Don Roose, presidente da corretora US Commodities.
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“A turnê de monitoramento da safra não nos leva a esperar muito em termos de boas notícias para a safra americana deste ano. risco de apertar a oferta deve dar suporte aos preços dos EUA”, disseram analistas do Commerzbank sobre o milho.
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