Colheita do milho vai à 58% no MS com chuva e vento atrasando avanço dos trabalhos, aponta Famasul
A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul) divulgou seu Boletim Semanal da Casa Rural, indicando novos reportes da colheita da segunda safra de milho no estado.
A Federação apontou que 50% das lavouras sul-mato-grossenses foram colhidas até a última sexta-feira (19). O índice é inferior aos 58% da safra passada, e também aos 74,2% da média dos últimos 5 anos.
Olhando para a qualidade das lavouras, os técnicos da Famasul indicaram que 80,8% da área está em boas condições, 12,8% em condições regulares e os 6,4% restantes em ruins.
“A semana passada foi marcada por ventos fortes com acumulados de chuvas devido a atuação de uma frente fria, onde observou-se entre os dias 16 a 18 de agosto, 184,2 mm em Campo Grande e 144 mm em Aquidauana. Com o avanço do ar frio, registrou-se temperaturas abaixo de 10°C em várias regiões do estado, com os menores valores em Iguatemi (2,2°C) e em Rio Brilhante (3,6°C) no dia 20 de agosto”.
Ainda detalhando os vendavais que atingiram o estado entre os dias 15 e 18 de agosto, a Famasul relata que eles “provocaram o tombamento do milho principalmente nas regiões oeste, centro e sudeste de Mato Grosso do Sul. Os produtores afetados terão dificuldade na operação de colheita, o dano causado dependendo da rajada pode provocar o tombamento total da planta, nesse caso a plataforma de colheita do milho não consegue efetuar a operação, surgindo adaptações e colheita manual. Vários produtores optam por realizar adaptações com molinete, no intuito de levantar a planta, ou ainda, substituem a plataforma de milho pela de soja”.
A publicação ainda destaca que a previsão probabilística da previsão acumulada para o trimestre de Setembro-Outubro-Novembro mostra que as chuvas podem variar entre 200 e 500 mm, indicação de que as chuvas ficarão entre 40 a 50% abaixo da média climatológica.
As geadas ocorridas entre os meses de maio e junho não afetaram significativamente a produção, portanto a estimativa inicial se mantém. A estimativa para o milho segunda safra 2021/22 segue sendo de área de 1,992 milhão de hectares, retração de 12,6% em relação a área da 2ª safra de 2020/2021. A produtividade estimada é de 78,13 sc/ha, gerando uma expectativa de produção de 9,34 milhões de toneladas.
“Ultrapassamos o período com possibilidades de redução do potencial produtivo da cultura, onde a geada na cultura até dia 15 de julho poderia comprometer a produtividade. Agora, as plantas já se encontram em fechamento de ciclo e a estimativa inicial se mantém”, explica a publicação.
Do lado do mercado, o preço médio da saca de milho no estado subiu durante a última semana. Entre os dias 15 e 22 de agosto, a saca do cereal no Mato Grosso do Sul passou de R$ 68,98 para R$ 70,06 uma elevação semanal de 0,49%.
Já na comparação anual, o preço da saca de milho caiu 21,63% entre os R$ 88,05 praticados em agosto de 2021 e os R$ 69,00 contabilizados na média de agosto de 2022.
Até este momento, os produtores sul-mato-grossenses já negociaram 33,8% de toda a produção estimada da segunda safra de 2022, um índice 29 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ano passado para a safrinha de 2021.
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