Reta final da colheita pressiona milho na B3 nesta segunda-feira
A segunda-feira (15) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações baixistas para as principais cotações da Bolsa Brasileira (B3), que flutuaram na faixa entre R$ 87,60 e R$ 94,49.
O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 87,60 com queda de 1,24%, o novembro/22 valeu R$ 90,68 com perda de 1,00%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 93,24 com baixa de 0,71% e o março/23 teve valor de R$ 94,49 com ganho de 0,10%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, com a volta do tempo aberto entramos na reta final da colheita da segunda safra de milho, que deve chegar à mais de 95% até o próximo final de semana e acabar com os riscos.
As atualizações mais recentes sobre a colheita do milho apontam que 83,6% das lavouras de segunda safra já foram colhidas, de acordo com dados da SAFRAS & Mercado, 83,4% pelos números da Pátria AgroNegócios e 85% pelo levantamento da AgRural. Somente no Mato Grosso, a colheita já atingiu 99,97% segundo o último relatório divulgado pelo Imea.
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“Aí a safra já está dentro dos armazéns ou à céu aberto como ainda tem lá no Mato Grosso. Hoje o porto deu uma esfriada a pega entre R$ 85,00 e R$ 89,00, talvez R$ 90,00 para o dezembro, que na semana passada pagou até R$ 92,00. O mercado está mais calmo”, diz Brandalizze.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou mais quedas do que altas neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas em Dourados/MS e Luís Eduardo Magalhães/BA. Já as desvalorizações apareceram em Castro/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Machado/MG e Porto Paranaguá.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “o mercado físico do milho encerra mais uma semana com baixa liquidez e preços sustentados na casa R$ 81,50/sc em Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, as cotações do milho vêm apresentando comportamentos distintos dentre as praças acompanhadas.
“Em algumas regiões do Sul do País e nos portos, o forte ritmo das exportações e as altas externas elevam os preços do cereal. Já em outras praças, a colheita da segunda safra na reta final pressiona as cotações”.
Quanto ao Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP), caiu 0,44% de 5 a 12 de agosto, fechando a R$ 81,55/sc nessa sexta-feira, 12. “No geral, compradores resistem em elevar os valores pagos no spot nacional, contexto que tem limitado a liquidez”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também operou durante toda a segunda-feira com os preços internacionais do milho futuro em campo negativo, após encerrar a última semana acumulando valorizações.
O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,26 com perda de 13,00 pontos, o dezembro/22 valeu US 6,28 com desvalorização de 14,00 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,35 com baixa de 13,25 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,38 com queda de 12,75 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (12), de 2,03% pra o setembro/22, de 2,18% para o dezembro/22, de 2,16% para o março/23 e de 2,00% para o maio/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os preços futuros do milho recuaram nesta segunda-feira acompanhando as cotações da soja, após dados inesperados da China que sugeriram queda na demanda por commodities agrícolas dos Estados Unidos.
“A China vem reduzindo sua demanda, mas, enquanto isso, complementa sua demanda com soja saindo de sua reserva. A demanda é robusta? Não. Mas não acho que seja tão ruim quanto o que eles indicam”, disse Arlan Suderman, economista chefe de commodities da StoneX.
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Além disso, as previsões meteorológicas dos EUA para chuva nas próximas semanas podem ajudar as lavouras ressecadas, aumentando a pressão sobre os mercados.
“Há um pouco de chuva nas áreas mais secas do cinturão de milho. No milho, provavelmente é tarde demais para fazer algum bem, mas certamente um pouco de chuva seria útil para o rendimento da soja”, disse Chuck Shelby, presidente da Risk Management Commodities.
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