Milho recua 1% nesta 2ªfeira com câmbio influenciando a B3

Publicado em 08/08/2022 16:37
Melhora do clima pressiona Chicago, mas mercado ainda é incerto

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A segunda-feira (08) chega ao final com os preços futuros do milho consolidando movimentações baixistas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram ao redor de 1% e ficaram na faixa entre R$ 86,48 e R$ 92,60. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 86,48 com queda de 0,93%, o novembro/22 valeu R$ 88,74 com baixa de 0,86%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 91,40 com desvalorização de 1,15% e o março/23 teve valor de R$ 92,60 com perda de 0,70%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o câmbio foi o fator principal para forçar estas pequenas quedas no mercado, que ainda está de olho na colheita da segunda safra brasileira. 

“Vai desovar muito milho, então o mercado começa a dar uma patinada. Não é que está perdendo o folego, porque na exportação mantém o nível e tem interesse de compra, mas começou a dar uma patinada”, aponta Brandalizze. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve mais quedas do que altas, mas ficou pouco modificado. As únicas valorizações encontradas pelo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas foram em Palma Sola/SC e São Gabriel do Oeste/MS. Já as desvalorizações apareceram somente em Ponta Grossa/PR, Castro/PR, Amambai/MS e Machado/MG. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com os preços firmes nos portos e com produtores reticentes em relação às vendas, o milho negociado em Campinas/SP segue cotado na faixa dos R$ 82,00/sc”. 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que a disparidade entre os preços ofertados por compradores e pedidos por vendedores reduziu a liquidez no mercado doméstico de milho.  

Segundo pesquisadores do Cepea, os consumidores estão cientes do avanço da colheita e da capacidade limitada de armazenagem, favorecida pelo clima, a colheita segue a todo vapor. De acordo com a Conab, até o dia 30 de julho, 71,1% da área nacional havia sido colhida, contra 59,6% na semana anterior e 51% no mesmo período de 2021.    

Por outro lado, os produtores estão na expectativa de aumento da demanda externa pelo cereal brasileiro, limitando as vendas. Em julho, o Brasil exportou 4,12 milhões de toneladas, superando os 1,99 milhão de t registrados em julho de 2021. As importações também subiram, somando 290 mil toneladas no mês, muito acima das 144 mil t adquiridas no mesmo mês do ano passado, conforme dados da Secex. Mesmo assim, no decorrer da última semana, o movimento de baixa dos preços predominou.  

Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa cedeu 1,2% de 29 de julho e 5 de agosto, fechando a R$ 81,91/sc na sexta-feira, 5. 

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) também finaliza uma segunda-feira negativa para os preços internacionais do milho futuro. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,08 com baixa de 1,75 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 6,07 com perda de 2,75 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,15 com queda de 2,75 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,19 com desvalorização de 2,75 pontos. 

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (05), de 0,33% para o setembro/22, de 0,49% para o dezembro/22, de 0,49% para o março/23 e de 0,48% para o maio/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos caíram nesta segunda-feira, com a melhora do clima em partes do cinturão agrícola do Centro-Oeste dos EUA, impulsionando as perspectivas de colheita de lavouras pressionadas recentemente por altas temperaturas e seca. 

Porém, a publicação destaca que os movimentos do mercado de grãos foram moderados pelo posicionamento dos traders à frente dos dados mensais de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) com vencimento na sexta-feira. 

“O mercado está algemado e vamos para o relatório de mercado na sexta-feira. Estamos tentando descobrir se as boas áreas no cinturão de milho oriental compensam os problemas acima e abaixo do cinturão de milho ocidental. Tivemos algumas chuvas benéficas no sul de Minnesota e no norte de Iowa no fim de semana”, disse Don Roose, presidente da US Commodities. 

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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