Demanda por exportações sustenta alta do milho na B3 nesta 5ªfeira
A quinta-feira (04) chega ao final com os preços futuros do milho se consolidando no campo positivo da Bolsa Brasileira (B3) e elevando as principais cotações à faixa entre R$ 87,35 e R$ 93,40.
O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 87,35 com valorização de 1,69%, o novembro/21 valeu R$ 89,35 com alta de 1,52%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 92,40 com elevação de 1,59% e o março/23 teve valor de R$ 93,40 com ganho de 1,30%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está de olho na exportação porque o mercado brasileiro é exportador e deve exportar mais com uma demanda robusta por milho no mercado.
“Todo mundo está esperando quando a China vai entrar no mercado, jajá a China vai comprar milho aqui. Além disso os fundamentos são bons, a safra norte-americana já tem o seu potencial comprometido e a safra da Europa está muito complicada com lavouras de milho da França secando antes de formar o grão e derretendo com o calor na França, Espanha, Portugal, indo até à Polônia com problemas”, pontua Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registou movimentações altistas neste penúltimo dia do ano. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou desvalorização em nenhuma das praças, já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Dourados/MS, Eldorado/MS, Machado/MG e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “apesar do avanço da colheita, o aquecimento da demanda mantém o preço do milho estável na média de R$ 82,50/sc, no mercado físico de Campinas/SP”.
A StoneX elevou suas estimativas de produção desta segunda safra de milho de 2022 das anteriores 90,7 milhões de toneladas para 93 milhões. O analista de inteligência de mercado da StoneX, João Lopes, explica que o avanço da colheita mostrou produtividades maiores do que o esperado, especialmente em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A consultoria também divulgou suas primeiras expectativas para a próxima safra de milho verão 2022/23, com uma pequena redução na área plantada, mas recomposição das médias de produtividade, o que resultará em elevação da produção total para 30,3 milhões de toneladas.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) foi ganhando força ao longo do dia, deixou as movimentações baixistas do começo do pregão para trás e finalizou a quinta-feira somando novas flutuações altistas para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,02 com valorização de 10,75 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 6,06 com alta de 10,00 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,14 com elevação de 6,14 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,18 com ganho de 10,00 pontos.
Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quarta-feira (03), de 1,86% para o setembro/22, de 1,68% para o dezembro/21, de 1,66% para o março/23 e de 1,64% para o maio/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os preços do milho recuperaram terreno depois de cair no início da semana com os revendedores observando que ainda há grandes desafios a serem superados antes que grandes volumes possam ser enviados em navios saindo da Ucrânia.
Além disso, o serviço meteorológico Maxar em um relatório na quinta-feira, disse que sua previsão de 6 a 10 dias indicava um clima mais seco no centro e nordeste do meio-oeste dos Estados Unidos, embora as chuvas no delta e no sudeste do centro-oeste devam melhorar a umidade das culturas de milho e soja.
“A atenção estava começando a se voltar para as previsões mensais de produção da próxima semana do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), enquanto o mercado procurava avaliar as perspectivas para as safras de milho e soja”, destaca Nigel Hunt da Reuters Londres.
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