Milho despenca mais de 6% em Chicago após reportes do USDA nesta 3ªfeira
As movimentações baixistas ganharam força para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT) após a divulgação dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta terça-feira (12).
O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,32 com desvalorização de 48,50 pontos, o setembro/22 valeu US$ 5,94 com baixa de 43,00 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 5,86 com baixa de 42,50 pontos e o março/23 teve valor de US$ 5,93 com perda de 40,50 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira (11), de 6,27% para o julho/22, de 6,75% para o setembro/22, de 6,84% para o dezembro/22 e de 6,32% para o março/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de grãos de Chicago ampliaram as perdas nesta terça-feira, depois que o USDA aumentou as principais previsões de oferta de safras e reduziu algumas expectativas de demanda em um relatório mensal.
“Os dados de oferta e demanda da agência aumentaram ainda mais a pressão sobre os valores dos grãos, já sobrecarregados pela queda das influências do mercado externo, incluindo preços de energia acentuadamente mais baixos e um dólar mais forte”, destaca Karl Plume da Reuters Chicago.
O USDA reduziu sua visão de demanda de milho dos EUA para a temporada atual na terça-feira e elevou sua previsão para a produção doméstica de milho.
Para o milho, o USDA trouxe um aumento para a produção 2022/23, passando a 368,45 milhões de toneladas e a produtividade foi mantida em 185,15 sacas por hectare. As áreas plantada e colhida também foram revisadas para cima e são agora esperadas em 36,38 milhões e 33,14 milhões de hectares.
Os estoques finais, consequentemente, subiram de 35,55 para 37,34 milhões de toneladas. As exportações, por outro lado, foram mantidas em 60,96 milhões de toneladas, enquanto o uso do cereal para a produção de etanol ficou em 136,53 milhões de toneladas.
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Os dados de baixa ofuscaram as preocupações persistentes sobre o calor e a secura que causam estresse nas colheitas no meio-oeste dos EUA.
“Eles estão colocando os problemas climáticos e de oferta em segundo plano. O USDA ajudou a alimentar essa quebra liderada pela demanda para o lado negativo. O comércio estava procurando a destruição da demanda, e eles conseguiram”, disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics.
Mercado Interno
Os preços futuros do milho também foram perdendo força ao longo desta terça-feira e encerraram o pregão contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3).
O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 82,64 com queda de 0,31%, o setembro/22 valeu R$ 85,65 com perda de 2,56%, o novembro/22 foi negociado por R$ 87,77 com desvalorização de 2,26% e o janeiro/23 teve valor de R$ 89,10 com baixa de 1,88%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os futuros brasileiros acompanharam as quedas de Chicago e as boas produtividades da colheita da segunda safra de milho, como por exemplo, em Sorriso, que tem média de 127 sc/ha com 91% das lavouras colhidas.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um dia mais negativo nesta terça-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações nas praças de Dourados/MS e Oeste da Bahia. Já as desvalorizações apareceram em Castro/PR, Pato Branco/PR, São Gabriel do Oeste/MS, Amambai/MS, Machado/MG e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com a semana começando mais agitada por influência do exterior impulsionando preços no Brasil, a saca em Campinas/SP volta ao patamar de R$82,50/sc”.
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