Milho: pequenos ganhos de 6ªfeira não foram suficientes para evitar queda semanal de 2% na B3
A sexta-feira (08) chega ao final com os preços futuros do milho se movimentando pouco e registrando leves ganhos para a maior parte das cotações na Bolsa Brasileira (B3) após uma semana marcada pela volatilidade.
O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 82,66 com queda de 0,17%, o setembro/22 valeu R$ 86,70 com ganho de 0,59%, o novembro/22 foi negociado por R$ 88,40 com alta de 0,74% e o janeiro/23 teve valor de R$ 89,74 com elevação de 0,83%.
Já no acumulado semanal, os preços futuros do cereal brasileiro contabilizaram baixas de 2,56% para o julho/22, de 0,34% para o setembro/22, de 1,35% para o novembro/22 e de 2,46% para o janeiro/23, na comparação com o fechamento da última sexta-feira (01).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro começa a se desgarrar das movimentações internacionais neste momento em que começamos a entrar no pico de colheita da safrinha, o que impede as cotações daqui a reagirem como as dos Estados Unidos.
“Eu tenho visto nos balcões pelo interior que as cotações, ao invés de subir estão caindo porque o pessoal está recebendo muito milho que está aparecendo. O mercado de porto também está apontando de R$ 86,00 até, no máximo, R$ 90,00 lá pra dezembro, então não teve aquela puxada que teve lá fora, já que continua tendo mais oferta do que demanda”, diz.
Brandalizze ainda destaca que, este momento de colheita é de mercado caindo e sem receber suporte, mas existem expectativas de novas retomadas de alta nos preços ainda em 2022.
“Há uma expectativa de que, a partir de setembro, a China comece a comprar milho brasileiro e ai pode ser que o mercado melhor um pouco mais lá na frente”, aponta Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve poucas alterações nesta sexta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Cascavel/PR e se deparou com valorizações nas praças de Pato Branco/PR, São Gabriel do Oeste/MS e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “os preços do milho no Brasil ainda não se recuperaram das sucessivas quedas das últimas semanas, decorrentes de baixas dos futuros do cereal na Bolsa de Chicago (CBOT), de desvalorizações do dólar ante o real e do avanço da colheita da safrinha”.
A análise diária da Agrifatto Consultoria ainda acrescenta que, “no mercado físico do milho, o cereal continua a perder valor devido a chegada da safra, sendo negociado na média de R$ 81,50/sc, em Campinas/SP”.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT) a sexta-feira também foi de movimentações altistas nos preços internacionais do milho futuro, que subiram forte neste pregão para encerrar a semana de maneira positiva após atingir os menores preços em 7 meses na terça-feira (05).
O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,78 com valorização de 31,25 pontos, o setembro/22 valeu US$ 6,33 com ganho de 24,25 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 6,23 com alta de 27,25 pontos e o março/23 teve valor de US$ 6,28 com elevação de 26,75 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (07), de 4,15% para o julho/22, de 3,94% para o setembro/22, de 4,53% para o dezembro/22 e de 4,32% para o março/23.
No acumulado semanal, os preços futuros do cereal norte-americano contabilizaram ganhos de 3,18% para o julho/22, de 2,26% para o setembro/22, de 2,64% para o dezembro/22 e de 2,45% para o março/23, na comparação com o fechamento da última sexta-feira (01).
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos do milho subiram em Chicago para se afastar de uma baixa de sete meses atingida esta semana.
“Era tudo sobre medo quando estávamos vendendo. Agora o mercado está vendo uma recuperação porque percebeu que havia caído demais”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da corretora StoneX.
Traders disseram que houve conversas no mercado sobre a China mostrando interesse para possíveis compras de importação. “Agora que tivemos a queda nos preços, espere que a China venha fazer algumas compras de soja, bem como de milho e trigo”, ressaltou Suderman.
Enquanto isso, traders continuaram avaliando o clima para as safras de milho e soja do Centro-Oeste dos Estados Unidos antes do relatório mensal da safra do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na terça-feira. A cultura do milho está entrando em uma fase crítica de desenvolvimento.
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